António Costa prevê crescimento em 2019 superior à média europeia
“As várias previsões económicas apontam para que em 2019 consigamos alcançar um terceiro ano consecutivo de convergência. (…) Estes três anos têm de ser anos que nos motivem para que possam, não ser a exceção, mas uma nova regra de convergência”, apontou o primeiro-ministro à margem da terceira sessão da Convenção Nacional do Ensino Superior 2020-2030, que decorre hoje na Reitoria da Universidade do Porto.
Durante a sessão, António Costa frisou que a convergência só será possível e “sustentável” se for vencido o “mais grave défice ancestral da nossa sociedade”, referindo-se à falta de conhecimento.
“O que fundamentou este crescimento não foi a precariedade, nem os baixos salários. Mais de 80% dos trabalhadores por conta de outrem têm contratos sem termo e o rendimento disponível dos portugueses cresceu 7% em termos reais desde o início desta legislatura”, afirmou.
O primeiro-ministro afirmou que só através da implementação de “mais ciência, conhecimento e inovação” nos domínios sociais, económicos e empresariais é que se tornará possível “continuar a aumentar os níveis de emprego qualificado” e manter “a convergência com a Europa” não a tornando exceção, “mas regra”.
António Costa realçou também a importância do programa nacional ‘Interface’, instrumento que já financiou em 32 milhões de euros cerca de 28 centros tecnológicos.
“Até fevereiro foram aprovados quase 500 projetos de investigação e desenvolvimento colaborativo, envolvendo cerca de mil empresas e quase 640 milhões de euros de investimento previsto”, salientou.
De acordo com o governante, a aposta “na inovação colaborativa” tem também vindo a ser uma realidade do Governo, especialmente nos apoios tecnológicos criados no âmbito do Portugal 2020.
“Assim, podemo-nos ir aproximando da meta apresentada para 2030, para que a despesa de inovação e desenvolvimento (I&D) corresponda a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), desenvolvendo o investimento público em investimento empresarial”, mencionou.
Para António Costa, o “caminho a traçar” para chegar, até 2030, ao investimento de 3% do PIB em I&D deve ser persistente, consistente e sem hesitações.
“Para isso temos de seguir a aposta de uma política clara de conhecimento com a valorização das carreiras científicas e académicas e da atividade científica. Para que os jovens possam considerar uma carreira científica é fundamental que esta seja atrativa, tenha empregabilidade, que o emprego científico seja digno e tenha financiamento para prosseguir a sua atividade”, concluiu.
O primeiro-ministro falava hoje durante a abertura da terceira sessão da ‘Convenção do Ensino Superior 2020-2030’, uma iniciativa promovida pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), que visa traçar os objetivos para a agenda do ensino superior na próxima década.