António Costa: “Pela Madeira vou onde for necessário ir”
“Pela Madeira vou onde for preciso”. O secretário-geral do PS esteve hoje na Região Autónoma da Madeira para mais uma convenção regional sobre a Europa. São no total sete convenções, organizadas pelo Partido Socialista, e que vão culminar numa Convenção Nacional a realizar em Gaia no dia 16 de fevereiro. Madeira é Europa foi o tema de hoje, onde foi debatida a Coesão Territorial.
O líder do Partido Socialista aproveitou o momento para dirigir as palavras ao atual executivo do Governo da Madeira. Ao contrário de Miguel Albuquerque que optou por mandar a secretaria regional do Turismo e Cultura a um dos encontros mais importantes de sempre das Regiões Ultraperiféricas (RUP), Costa disse que nesse encontro, em Março do ano passado, em Bruxelas, Albuquerque foi o único presidente de governo que faltou, contra-atacou.
Com a sala cheia de militantes, entre eles Paulo Cafôfo, Emanuel Câmara, Victor Freitas, Ricardo Franco, António Costa fez um discurso dirigido a uma Madeira que precisa de mudança.
O secretário-geral do PS, António Costa, afirmou hoje que está “obcecado” pela Madeira, do mesmo modo que está por “todo o território nacional” como líder partidário e primeiro-ministro.
“Tenho ouvido dizer, num tom de crítica, que eu estou obcecado pela Madeira. Não percebo a crítica, porque verdadeiramente o que se pede a alguém que é líder de um partido político, que ainda por cima exerce as funções de primeiro-ministro, é que seja mesmo obcecado pelo seu país”, declarou durante a convenção do PS, que decorreu na Ponta do Sol.
António Costa vincou também que é “mesmo obcecado pelo seu povo” e “por todo o território nacional”.
“Para mim a Madeira não é menos Portugal que o Algarve ou Trás-os-Montes. A Madeira é Portugal e estou sim, estou obcecado pela Madeira”, declarou, após o que foi aplaudido de pé pela assistência.
“E digo-vos mais: eu pela Madeira vou onde for necessário ir”, garantiu.
O secretário-geral do PS centrou, contundo, o discurso nas eleições europeias de maio, apelando para a mobilização dos socialistas madeirenses, pois vão constituir o “trampolim para as regionais” que se realizam em setembro.
“É aqui que começa a vitória”, disse, lembrando que o PS esteve associado à Europa em todos os ciclos governativos, desde a adesão ao tratado de Lisboa, passando pela entrada no euro.
“A Europa tem sido absolutamente fundamental para o nosso desenvolvimento. É a Europa que tem contribuído para o financiamento daquilo tem feito a mudança em Portugal, nas regiões autónomas, em todo o território nacional ao longo das últimas décadas”, disse.
António Costa sublinhou que sem solidariedade da União Europeia numa região ultraperiférica como a Madeira “dificilmente” se vencerá “os desafios da coesão territorial, da continuidade territorial e do desenvolvimento”.
“Sim, nós somos Europa, nós precisamos da Europa, nós queremos a Europa, nós estamos aqui para defender a Europa”, declarou, acusando depois as autoridades regionais de nem sempre participarem nos grupos de pressão junto dos organismos europeus.
Como exemplo, referiu a recente criação de uma frente comum que juntou regiões de Portugal, Espanha e França, mas na qual não consta qualquer representante da Madeira.
“Temos de defender a Europa para que a Europa nos defenda a nós e, para isso, precisamos de um PS forte e uma votação massiva no Partido Socialista aqui na Região Autónoma da Madeira”, disse, salientando que “se não nos mobilizarmos para defender aquilo que é nosso, há de facto um risco efetivo de a União Europeia poder fracassar”.