António Costa lembra em Bruxelas papel determinante de Mário Soares na integração europeia

“Felizmente, aparentemente os últimos sinais são menos negativos do que aquilo que se temia inicialmente, portanto acho que é um motivo importante para todos, porque, se estamos hoje a celebrar estes 30 anos de participação de Portugal na União Europeia, seguramente que em primeiro lugar o devemos a Mário Soares”, afirmou.

António Costa, que se encontra em Bruxelas para participar no Conselho Europeu de hoje, lembrou que “foi no primeiro Governo de Mário Soares que Portugal apresentou o pedido de adesão” à CEE e que “foi no último Governo de Mário Soares que Portugal fechou o acordo de adesão”, destacando este como “um dos grandes contributos” que deixou ao país.

Portugal vive momento de viragem na participação na UE

Antecedendo a participação no Conselho Europeu, o primeiro-ministro marcou ontem presença numa receção natalícia na representação permanente de Portugal junto da União Europeia, onde assinalou o “momento de viragem” que o país hoje vive no sentido de uma participação mais ativa na Europa e na defesa do projeto europeu.

“Este ano é um momento de viragem. Acho que concluímos, como a Comissão reconheceu recentemente, um conjunto de anos muito esforçados, de um programa de ajustamento muito exigente, que pela primeira vez colocará este ano Portugal a cumprir os limites orçamentais estabelecidos de acordo com as regras, e que nos permite antever uma saída no próximo ano do Procedimento por Défice Excessivo. E, portanto, podemos retomar uma trajetória de normalidade no quadro de participação no seio da União Europeia”, afirmou.

Salientando que “Portugal tem sido sempre um parceiro leal, ativo e construtivo no quadro da União Europeia”, o primeiro-ministro defendeu que “esse referencial de fidelidade aos valores europeus é o maior contributo que Portugal pode dar para que a Europa volte a ser um projeto inspirador e que mereça a confiança mais alargada de um cada vez maior número de cidadãos”.

“Num momento em que há tanta incerteza em toda a Europa e em que nos mais diferentes países se revelam resistências, dúvidas, ansiedades e angústias relativamente ao projeto europeu, é muito importante que países como Portugal se mantenham muito firmes na defesa daquilo que são os valores fundamentais da Europa”, acrescentou.

António Costa dirigiu-se ainda às cerca de quatro centenas de funcionários portugueses em Bruxelas, presentes na confraternização, para lhes “agradecer muito aquilo que têm feito para que Portugal seja um país prestigiado na União Europeia”.