António Costa lamenta que PSD aja por vingança sobre a Concertação Social
O PSD e o seu líder, Pedro Passos Coelho, agem pelo “ciúme” face ao Governo e por “vingança” em relação aos parceiros sociais, afirmou o primeiro-ministro, durante o debate quinzenal de ontem na Assembleia da República, ironizando que não se espantaria de ver o maior partido da oposição a “votar uma moção para a saída de Portugal da NATO” ou a exigir que o país “inicie negociações para uma renegociação da dívida”.
O primeiro-ministro, António Costa, acusou ontem no Parlamento o PSD e o seu líder, Passos Coelho, de assumirem uma posição contrária ao que sempre defenderam, ao virem agora criticar o acordo alcançado na Concertação Social, em relação à descida da Taxa Social Única (TSU) para as empresas, como compensação para o aumento do salário mínimo nacional, lembrando ao líder do maior partido da oposição que os políticos que “reagem hoje ao contrário do que disseram” prestam um “péssimo serviço à democracia e à sua qualidade” e “minam a credibilidade da política”.
Numa tentativa para analisar os terrenos políticos que o PSD está atualmente a pisar e as “cambalhotas” que está a efetuar, nomeadamente em relação à TSU, António Costa disse que sobre esta matéria só é possível, “infelizmente”, tirar uma ilação: o “ciúme” que manifesta “indisfarçavelmente” em relação aos “êxitos alcançados pelo Governo”, acusando Passos Coelho e o PSD de terem um discurso de “mau perder”.
A este prepósito, o primeiro-ministro recordou que os bons resultados que o Governo apresenta não resultaram de qualquer “milagre”, mas apenas e tão só, como sublinhou, porque o Governo, ao contrário do anterior, decidiu “governar”, como lhe competia.
“Onde o senhor deputado falhou, nós cumprimos”, afirmou ainda António Costa, acusando o ex-primeiro-ministro e o Governo da direita que liderou de, em quatro anos e meio e oito orçamentos retificativos depois, “nunca terem alcançado os objetivos pretendidos”, lembrando que o Governo do PS conseguiu, pela primeira vez, o “défice mais baixo em democracia”.
Para António Costa, o PSD “falhou no Governo, e falha agora novamente na oposição”, mostrando claramente, como aludiu, não “suportar o que está a acontecer ao país”, com a “inversão da anterior tendência para a desaceleração e para o clima de ausência de crispação e de normalidade institucional”.
Mau perder
Na sua intervenção, António Costa acusou ainda o PSD e o seu líder de terem entrado numa lógica de “vale tudo” e num processo de “vingança”, também em relação aos parceiros sociais, acusando o maior partido da oposição de pretender “lavar as mãos” ao exigir que quem assinou o acordo deve assumir os “custos por ter chegado a acordo com o Governo”, uma posição que para o primeiro-ministro “não merece crédito” e que mais não representa do que uma “vingança” em relação aos parceiros sociais”, acusando Passos Coelho e o PSD de se unirem no “mau perder”.
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