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António Costa garante negociações à esquerda sem linhas vermelhas e com espírito construtivo

António Costa garante negociações à esquerda sem linhas vermelhas e com espírito construtivo

O Governo volta hoje a encontrar-se, separadamente, com o PCP e o BE para debater com ambos a proposta de Orçamento do Estado. Reuniões que contam com a participação do primeiro-ministro, que deixou já a garantia de que o Executivo socialista “está a negociar com toda a abertura”, incluindo, como destacou, “sobre matérias extraorçamentais e sem linhas vermelhas”.

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O primeiro-ministro falava esta manhã aos jornalistas à saída do Panteão Nacional, em Lisboa, após ter participado na cerimónia de concessão de honras ao antigo cônsul português Aristides de Sousa Mendes, afirmando que, antes ou imediatamente após regressar de Bruxelas do Conselho Europeu, irá também reunir-se com o PEV e o PAN.

Parafraseando a canção de Jorge Palma – “enquanto há caminho para andar vamos continuar a caminhar” – António Costa fez questão de lembrar, a propósito das reuniões com os partidos à esquerda do PS, que com ele nunca são definidas linhas vermelhas, garantindo que o que sempre procura descortinar em qualquer negociação “são linhas verdes para o caminho que há a seguir”.

Quanto a se acredita na aprovação da proposta do Governo para 2022, numa altura em que se nota uma grande agitação à volta do tema orçamental, António Costa foi perentório, afirmando confiar na “racionalidade das pessoas” e defendendo que só aprovando este Orçamento do Estado “será possível prosseguir a trajetória de recuperação” da economia portuguesa, voltando a apelar ao “bom senso, ao sentido de equilíbrio e à razoabilidade” de todos.

Ainda segundo o primeiro-ministro, seria absurdo e “absolutamente irracional” que, depois de os portugueses terem passado por um período pandémico terrível, fenómeno, como lembrou, “ainda não totalmente ultrapassado”, o país tivesse agora “que juntar ainda uma crise política”, voltando a destacar que tal como no passado também não foi nada fácil ter-se chegado a um entendimento, “não é agora que estamos à espera de facilidades”.

Temas extraorçamentais

O primeiro-ministro reiterou, também, que o Governo “tem toda a disponibilidade” para incluir nestas negociações a discussão de temas que estão fora do âmbito orçamental, designadamente sobre o “estatuto do SNS ou da agenda do trabalho digno”, lembrando que o Conselho de Ministro da próxima quinta-feira aprovará esta matéria para debate público.

“Alargámos a mesa negocial a outras temáticas”, frisou o líder socialista, situando atualmente o processo de negociações numa “segunda fase, entre a apresentação da proposta de lei e a votação na generalidade”, agendada para 27 deste mês, confiante de que “haverá sempre uma terceira fase”.

“Se todos estivermos com espírito construtivo, tal como temos conseguido fazer desde 2016, continuaremos a disponibilizar a Portugal e aos portugueses um bom Orçamento, ajustado a estes tempos, que nos permita a recuperação económica, a melhoria dos rendimentos das famílias, melhores serviços públicos, e contas certas – o que é absolutamente fundamental, porque sem contas certas também não há futuro para ninguém”, sustentou.

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