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António Costa garante medidas negociadas à esquerda e atualização do cenário macroeconómico

António Costa garante medidas negociadas à esquerda e atualização do cenário macroeconómico

O Governo vai cumprir a promessa, logo que estiver viabilizado o programa do executivo socialista, de apresentar e de aprovar no Parlamento a proposta de Orçamento do Estado para 2022 que foi chumbada no final do passado mês de outubro.

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O primeiro-ministro garantiu hoje aos jornalistas que o Governo vai avançar com a aprovação do OE2022, tal como repetidamente foi prometido aos portugueses durante a campanha eleitoral para as legislativas, incluindo “as medidas que foram propostas nas negociações de outubro pelo BE, PCP e PAN”, reconhecendo, contudo, António Costa, haver hoje a necessidade de “alguma atualização do cenário macroeconómico”.

Logo que esteja aprovado o programa do Governo na Assembleia da República, de acordo com o primeiro-ministro, o novo executivo socialista estará em condições de avançar com a aprovação da proposta de OE2022, “incluindo o conjunto de compromissos que o Governo tinha já assumido alterar na especialidade após negociações com o BE, PCP e PAN”, garantindo António Costa que essas propostas dos partidos à esquerda do PS “vão constar da proposta inicial do Orçamento” que o Governo vai apresentar no Parlamento.

Sobre outros contributos dos partidos da oposição, à esquerda e à direita, António Costa insistiu na tese que vem defendendo, de que a conversa com os partidos será sempre e em qualquer circunstância “aberta e franca”, garantindo que se surgirem “sugestões interessantes, positivas para o país e viáveis”, o Governo estará “seguramente disponível para as considerar”.

Quanto a eventuais novas propostas a introduzir no OE para 2022, António Costa remeteu o tema para a discussão no “local próprio”, a Assembleia da República, fazendo questão, contudo, de lembrar que as negociações sobre o Orçamento só terão lugar após a aprovação do programa do Governo, e que serão discussões que se vão prolongar “pela generalidade, especialidade até à votação final global”.

Seguir a tradição

O primeiro-ministro e Secretário-geral socialista fez também questão de lembrar esta manhã aos jornalistas que existe “uma tradição no PS”, de que sempre que é chamado a assumir responsabilidades governativas, por regra, “reverte grande parte do seu programa eleitoral no programa do Governo”, corrigindo, naturalmente, como acrescentou, “eventuais lacunas e integrando sugestões de outras forças políticas”.

António Costa adiantou ainda que está em estudo a concentração dos serviços do Governo, eventualmente no atual edifício sede da Caixa Geral de Depósitos (CGD), defendendo que essa solução permite sinergias e poupanças para o Estado.

O líder do executivo referiu que a questão relativa à reinstalação dos serviços do Governo “é uma longa aspiração” que remonta pelo menos à década de 70 do século passado.

“Recentemente, surgiu a oportunidade, que tem vindo a ser trabalhada, de permitir a centralização do conjunto dos serviços centrais da quase totalidade dos ministérios num único edifício, precisamente no da CGD. É uma matéria que tem vindo a ser estudada”, disse António Costa.

Neste contexto, o primeiro-ministro defendeu que a concentração de serviços “permitirá muitas sinergias, com uma melhor articulação do trabalho em equipa”.

“Sobretudo, permitirá poupar muitos recursos ao nível do funcionamento da ação do Governo. No entanto, estamos perante uma hipótese que tem também as suas dificuldades. Portanto, não será seguramente para a semana. Aliás, a CGD tem a generalidade do edifício ainda em utilização”, observou.

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