Na distinção a cinco investigadores na 1ª edição do Prémio Maria de Sousa, em homenagem à imunologista que morreu no ano passado vitima de Covid-19, o primeiro-ministro começou por exprimir “a sua enorme gratidão” à ciência pela forma rápida e eficaz como soube trabalhar para descobrir em tempo recorde uma vacina contra a doença provocada pelo coronavírus, reconhecendo que este feito está a ajudar a que o cidadão comum já não tenha grandes dúvidas acerca da importância que a ciência desempenha nas suas vidas. Sobretudo porque pode comparar, como referiu, o que “acontece nos países com maior taxa de vacinação contra a Covid-19 em relação aos outros onde essa taxa é menor”.
De repente, e sem que ninguém desconfiasse, declarou o primeiro-ministro, “deparámo-nos a viver todos num enorme laboratório”, onde “pudemos assistir e experienciar ao vivo” as lutas e o esforço desenvolvido pela ciência para “descobrir o que faltava descobrir”. Uma luta e uma incerteza, disse ainda António Costa, que “nos foi obrigando a ter que aceitar o inesperado e a incerteza”.
Para além da gratidão que expressou à ciência, António Costa estendeu também os agradecimentos e os elogios aos profissionais de saúde que têm sido capazes, como mencionou, de enfrentar “uma doença até então desconhecida”, ajustando e adotando novas terapias, referindo uma vez mais a importância da ciência para “filtrar o que é certo do que é errado, o que é verdade do que é falso”, permitindo deste modo ao cidadão comum “perceber melhor qual o caminho a seguir dentro da torrente de informação”.
Para o chefe do Governo e líder socialista, quanto maior for o conhecimento que a sociedade tiver sobre a cultura da ciência, maior será também, certamente, o grau de consciência e de preparação dos cidadãos para entenderem o seu futuro coletivo, defendendo António Costa que este maior conhecimento permitirá que ninguém tenha dúvidas sobre se o mais importante “é a investigação fundamental ou aplicada”.
Maria de Sousa
Sobre a imunologista Maria de Sousa, o primeiro-ministro, depois de lhe dirigir os mais rasgados elogios, recordou-a como uma “grande investigadora”, mas também como uma distinta “promotora de ciência”, garantindo tratar-se de alguém que tinha também uma “grande preocupação de cidadania”.
O primeiro-ministro lembrou ainda os constantes alertas semanais que a imunologista lhe enviava, onde referia os “múltiplos problemas que era preciso resolver”, garantindo que o seu compromisso não se limitava apenas à ciência, mas que as suas preocupações se estendiam também a um conjunto de compromissos com a sociedade.