O primeiro-ministro, António Costa, esteve esta manhã na cidade do Porto, onde visitou a renovada Escola Secundária Alexandre Herculano, aproveitando a ocasião para, uma vez mais, destacar o papel relevante e o contributo importante que a escola pública tem vindo a dar para o progresso do país, especialmente, como destacou, no “desenvolvimento do conhecimento cumulativo”.
Pressuposto que, na perspetiva do chefe do Governo, permitirá que Portugal continue a crescer, “não tão rápido como todos gostaríamos e certamente não sem alguns tropeções que sempre acontecem”, mas a crescer e a “transformar-se” rumo a um maior a mais sustentado desenvolvimento.
Um progresso e um desenvolvimento que, segundo António Costa, terão de rapidamente compensar sucessivas décadas em que o país “atrofiou pelo atraso no conhecimento”, havendo hoje, como insistiu, “boas razões para acreditar no futuro”, destacando a este propósito o facto de Portugal dispor de “capital humano que antes não tinha”.
Mais à frente, o primeiro-ministro destacou as três reformas “quase silenciosas” que, em sua opinião, têm ajudado a transformar a dinâmica da escola pública: “flexibilização curricular, autonomia das escolas e descentralização de competências”, medidas que, não sendo ainda suficientes, como salientou, têm, contudo, e ao contrário de algumas críticas, ajudado de facto a que a escola pública desempenhe hoje o papel de “elevador social e de inclusão”.
Para além da visita que efetuou à Escola Secundário Alexandre Herculano, no Porto, António Costa visitou laboratórios, assistiu a atuações musicais e de teatro, e encontrou-se com um grupo de estudantes surdos, sendo que em todas estas ocasiões rasgou largos elogios à parceria entre o Governo, a Câmara Municipal e os fundos comunitários, reafirmando que este “é um bom exemplo” de como o trabalho em conjunto “é fundamental para transformar o que é necessário nas escolas”.
Resolver os problemas com tempo e rapidez
Nesta deslocação à cidade do Porto, o primeiro-ministro foi acompanhado pelo ministro da Educação, João Costa, que na ocasião lembrou que os problemas que a escola pública enfrenta “não se resolvem de um dia para o outro”, insistindo na ideia de que “não há nada que se faça em educação que tenha resultados imediatos”. Defendeu, contudo, que se é preciso tempo para encontrar as melhores soluções, há também que ser rápido em encontrar as medidas certas e mais adequadas para “resolver o problema da falta de professores”.
Recusou, depois, que o Governo fuja ao diálogo com os professores, garantindo que o Ministério da Educação está a trabalhar todos os dias para resolver os problemas relacionados com a carreira e o recrutamento destes profissionais.
Recordou que a falta de professores é “uma disfuncionalidade” que se arrasta há mais de 30 anos, “e que também herdamos”, voltando a salientar que nem este nem muitos dos outros problemas que envolvem a questão da educação se resolvem de um dia para o outro. O Governo, disse, está a trabalhar com as organizações sindicais e com os representantes dos professores em temas como a “desburocratização do sistema, a vinculação dos técnicos especializados e a operacionalização do acelerador das carreiras”.
Houve ainda oportunidade para o ministro da Educação garantir que, em pouco tempo, “já se conseguiu reduzir, em número absoluto, 500 horários face aos que faltavam”, elogiando o trabalho do Ministério da Educação pela capacidade que teve em “resolver mil horários que estavam sem professor”. Não deixando, contudo, de advertir que a falta de professores continua a ser um problema que “requer muitas medidas”, tanto de “emergência, como a médio e longo prazo, face ao ritmo de aposentações previsto”.