O primeiro-ministro, António Costa, esteve esta segunda-feira, dia 26, em Paredes de Coura, distrito de Viana do Castelo, onde acompanhou a evolução dos trabalhos de construção da fábrica de vacinas do grupo espanhol Zendal. A nova fábrica, que resulta de um investimento na ordem de 15 milhões de euros, deverá estar concluída até ao final do ano.
A construção desta unidade “significa aumentar a capacidade de, na Península e na Europa, se produzirem vacinas”, referiu o chefe do Governo.
“Esta pandemia demonstrou que, não obstante a vontade política e a urgência da vacina, o grande obstáculo à vacinação está na capacidade de produção. A Europa tem uma capacidade limitada de produção de vacinas, o que é uma enorme fragilidade”, registou António Costa, acrescentando que “foi um grande choque para todos, pensarmos que vivemos no continente mais desenvolvido e que não temos a capacidade de produzir a barreira entre a vida e a morte quando está em causa um vírus como o do Covid-19”.
O líder socialista sublinhou, ainda, que esta unidade fabril vai sobretudo servir “para preparar o futuro” e “aumentar a capacidade de resposta” a futuras pandemias.
“Provavelmente, vamos vencer a pandemia antes desta fábrica estar concluída, este investimento não foi pensado por causa desta pandemia, mas para preparar o futuro, para que, se surgirem novas pandemias, tenhamos na Europa mais um local para aumentar a capacidade de resposta”, afirmou António Costa.
A futura fábrica vai criar, numa primeira fase, cerca de 30 postos de trabalho “altamente qualificados” e, segundo o chefe do executivo, constituiu “um grande exemplo” para reafirmar a ideia de que a fronteira com Espanha não representa uma barreira, mas antes uma oportunidade de cooperação e desenvolvimento em ambos os lados da fronteira.
António Costa defendeu que é necessário “reinventar a geografia”, por forma a que o interior do país se afirme como “uma centralidade no mercado do ibérico”, disse o primeiro-ministro durante a visita, na qual esteve acompanhado pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
“O interior não pode ser as traseiras de Portugal, tem de ser uma centralidade no mercado do ibérico, porque assim deixamos de estar a falar para 10 milhões de portugueses e passamos a falar para 60 milhões de consumidores que é o total do mercado ibérico”, afirmou o líder do Governo.