António Costa e Matteo Renzi em convergência por uma dinâmica anti-austeridade na Europa
“É urgente uma inversão de política e é necessário dar um novo impulso para a convergência”, afirmou esta tarde, em Roma, o secretário-geral do PS após uma reunião com o Primeiro-ministro de Itália, Matteo Renzi.
António Costa salientou que há “total convergência” com o primeiro-ministro italiano sobre a necessidade de uma “dinâmica anti-austeridade” na Europa e defendeu que existe uma “grande expetativa” de mudança política em Portugal e Espanha.
“Entendemos que é possível reforçar uma dinâmica anti-austeridade na Europa, da qual o primeiro-ministro de Itália tem sido um dos principais impulsionadores”, declarou o secretário-geral do PS à agência Lusa.
“Matteo Renzi já enviou uma mensagem muito calorosa ao último congresso do PS e há uma grande expetativa sobre a possibilidade das mudanças de governos em Portugal e Espanha, este ano, ajudarem a reforçar a dinâmica de mudança na Europa. Como se sabe, os atuais governos de Portugal e de Espanha têm estado na linha da frente em defesa das políticas de austeridade – políticas manifestamente contrárias aos interesses das nossas economias e empresas”, assinalou.
Durante a audiência com o líder do executivo do governo italiano e lider Partido Democrático, António Costa também abordou questões que se encontram em preparação no programa eleitoral do PS para equacionar a sua viabilidade política.
“Discuti como ele (Matteo Renzi) também os trabalhos que temos vindo a desenvolver no PS – e que consolidaremos no nosso programa de Governo -, tendo em vista um novo impulso para a convergência. Neste ano em que assinalamos os 30 anos da participação de Portugal na União Europeia, é claramente o momento de marcarmos um novo impulso para a convergência. É importante podermos avaliar previamente as condições de execução desse programa”, referiu o líder dos socialistas portugueses.
De acordo com a análise de António Costa, Portugal, após uns primeiros 15 anos “de grande sucesso – em particular entre 1996 e 2000, quando o país cresceu entre os 4,7 e os 5,8 por cento -, seguiram-se anos de longa estagnação a partir da criação do euro, o que implica uma mudança na forma de ajustamento da política económica europeia”.