Para Carlos Cesar, o empresário e também ex-autarca e destacado socialista, sendo um militante de base e de longa data do PS, era hoje, por mérito próprio, como salientou, não só uma “grande referência do nosso partido”, mas também a nível nacional, que deverá ser sempre lembrado “com uma memória muito forte” pelo seu empenho “político e cívico”. Nós guardaremos sempre a sua memória, disse ainda o presidente do PS, “como um dos nossos, como um dos nossos melhores”.
Méritos a que, segundo Carlos César, terão de se juntar o seu destacado empreendedorismo, sabedoria e humildade, singularidades que Rui Nabeiro sempre soube conjugar, como salientou, para fazer nascer uma obra com um peso e uma importância económica que ultrapassa as fronteiras do país.
“Um homem irrepetível”
Presente também esta manhã na Igreja Matriz de Campo Maior, onde decorreu a missa de corpo presente, esteve o primeiro-ministro e Secretário-Geral do PS, António Costa, que destacou aos jornalistas a faceta impar e o “papel extraordinário” que Rui Nabeiro desempenhou ao longo de décadas, enaltecendo a sua “grande visão”, enquanto empresário e homem “comprometido com o desenvolvimento da sua terra”, onde conseguiu, por mérito pessoal, “construir uma empresa de dimensão internacional”.
O primeiro-ministro elogiou ainda, “neste momento de grande tristeza”, o enorme sentido de justiça social que Rui Nabeiro, “um homem irrepetível”, em nenhum momento deixou de demonstrar em defesa do bem-estar de todos aqueles que consigo trabalharam e pelas famílias de Campo Maior, tendo António Costa recordado “o privilégio”, como assinalou, de ter feito em tempos uma visita guiada à torrefação e à fábrica do café Delta na companhia do empresário, tendo na ocasião, como assinalou, verificado que Rui Nabeiro “conhecia pessoalmente o nome do cada um dos funcionários”.
Quanto ao papel de militante e de autarca, por duas vezes eleito para a presidência da Câmara Municipal de Campo Maior, pelo PS, António Costa não poupou elogios a Rui Nabeiro, sublinhando que o empresário foi “um grande socialista” que nunca deixou de marcar “empenhada presença” em todas as campanhas eleitorais, garantindo que o comendador “deixa uma marca na história do PS, do empresariado e de Portugal”.
Aos jornalistas, o primeiro-ministro referiu ainda que o país não teria crescido o ano passado, como cresceu, e não teria atingido, como atingiu, “pela primeira vez, mais de 50% das suas exportações no PIB”, se não “tivéssemos grandes empresas e grandes empresários” como o Grupo Delta e Rui Nabeiro.