Segundo o primeiro-ministro, a NATO e os seus aliados estão focados em aumentar e reforçar a vigilância nas fronteiras da Ucrânia e em “todos os países da Aliança”, sobretudo nos países que fazem fronteira ou que ficam nas imediações da Ucrânia, designadamente na Bulgária, nos países Bálticos, na Eslováquia e na Hungria, uma decisão que é assumida com o objetivo imediato de “dissuadir qualquer tentativa da Rússia de prosseguir a escalada militar contra um qualquer país da Aliança”.
De acordo com António Costa, que falava no Ministério da Defesa, após ter participado por videoconferência, na passada sexta-feira, numa cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) centrada na invasão da Rússia à Ucrânia, encontro que contou também com a participação da Suécia e da Finlândia, a parte portuguesa vai responder a esta chamada da NATO enviando “nas próximas semanas” para a Roménia uma companhia do Exército composta por 174 militares, uma iniciativa que segundo o chefe do Governo estava já prevista no plano da participação portuguesa em missões internacionais para 2022, ao abrigo do ‘Tailored Forward Presence” da NATO.
Ainda segundo António Costa, o envio de uma companhia de infantaria portuguesa para um dos países limítrofes da Ucrânia segue o exemplo de outros países aliados, “antecipando a sua presença nesses territórios”, numa clara demonstração de unidade, como referiu, classificando a ofensiva militar russa na Ucrânia como “totalmente injustificada” e ao arrepio da “lei internacional e dos valores da carta das Nações Unidas”.
Para além da companhia de infantaria que se irá posicionar na Roménia, Portugal, a pedido do Governo ucraniano, está já a enviar para aquele país do Leste europeu equipamento militar, nomeadamente espingardas automáticas G3, coletes, capacetes, óculos de visão noturna, granadas e munições de deferentes calibres, rádios portáteis completos e repetidores analógicos.
Guerra contra a liberdade
Ainda segundo o primeiro-ministro, esta é uma guerra desencadeada pelo poder russo “contra a liberdade e contra o direito de autodeterminação de um país democrático”, logo uma “guerra contra a democracia”, garantindo que a União Europeia vai continuar a manifestar total solidariedade ao povo ucraniano, quer através da continuação da aplicação de sanções, “que serão sempre e cada vez mais fortes”, lembrando António Costa que a Rússia “não pode nem deve sonhar” com uma agressão à NATO ou a um qualquer país amigo, como ameaçou fazer à Suécia ou à Finlândia.
António Costa teve ainda ocasião para relembrar que a NATO “é uma aliança defensiva”, que reserva a sua atuação na “defesa das suas fronteiras e de todos os seus Estados-membros”, garantindo que as iniciativas que a organização está a tomar visam “dissuadir a Rússia de prosseguir eventuais ações expansionistas” ou de avançar para um qualquer ataque a um país da Aliança, lembrando a este propósito as palavras do presidente norte-americano, Joe Biden, que garantiu que a NATO não deixará de defender “cada centímetro do território dos seus Estados-membros”.