António Costa destaca unanimidade em torno da proteção dos cidadãos
Abordando o complexo processo negocial, que deverá estender-se ao longo dos próximos dois anos, o chefe do Governo congratulou-se pela posição comum manifestada por todas as bancadas parlamentares, salientando que a mesma vai ao encontro da prioridade negocial do Estado português: “As pessoas e defesa dos seus interesses, dos portugueses no Reino Unido e dos cidadãos do Reino Unido que residem em Portugal”.
Dirigindo-se depois às bancadas da oposição, o líder do Executivo socialista fez questão de reafirmar a coerência do PS nos vários momentos de construção do projeto europeu.
“Se há partido que não é ambíguo sobre esta matéria é o PS. Não foi o PS que alguma vez viveu uma fase de euroceticismo e também não pôs em causa a adesão à CEE, fazendo derrubar um Governo, por não acreditar nas negociações. Não somos euro arrependidos, somos euro convictos, o que não significa que sejamos euro-ingénuos”, concluiu António Costa.
No debate, os deputados socialistas Eurico Brilhante Dias e Carla Tavares também sublinharam a necessidade de acautelar os interesses portugueses nas negociações da saída do Reino Unido, advogando, por outro lado, que a União Europeia “não pode consumir todas as suas energias nos próximos dois anos” neste processo e perder de vista o essencial da sua própria convergência.
“Se o Reino Unido quer estar ‘out’ [fora], Portugal quer estar ‘in’ [dentro]”, enfatizou Carla Tavares.