Falando no encerramento da reunião magna dos jovens socialistas, que reconduziu a liderança de Miguel Costa Matos, António Costa sublinhou que as novas gerações têm hoje um nível de qualificação como o país “nunca teve” e que este é um capital humano que Portugal não pode desperdiçar.
“Não podemos perder estes recursos humanos, porque o maior recurso para o nosso desenvolvimento é mesmo este capital humano que vocês são e para quem nós temos de criar as condições para que se possam realizar plenamente aqui, entre nós, em Portugal”, referiu, dirigindo-se aos jovens presentes.
Para o líder socialista e primeiro-ministro, o trajeto tem de assentar, desde logo, na continuação da aposta nas qualificações, com o combate ao abandono escolar precoce e a democratização do acesso ao ensino superior.
Neste capítulo, aludiu, em particular, ao “maior investimento de sempre” no alojamento estudantil, que vai permitir o aumento de 15.073 para 26.868 camas até ao final da presente legislatura.
Outros dois dos “maiores desafios”, ainda segundo António Costa, que atualmente se colocam aos jovens, após o seu percurso escolar, são a entrada num mercado de trabalho que os faça sentirem-se valorizados e o acesso à habitação.
“A agenda do trabalho digno é absolutamente fundamental”, referiu, a propósito, defendendo a necessidade de combater a precariedade e garantir a conciliação da vida profissional e familiar.
Como medidas para ajudar os jovens que procuram o primeiro emprego, o líder socialista destacou o IRS jovem, a aplicar nos primeiros cincos anos de atividade. “Num vencimento de 1.000 euros, os jovens poupam em IRS 89 euros por mês”, referiu.
Em matéria de habitação, António Costa lembrou que durante décadas o Estado “desistiu” de uma política pública para o setor, uma realidade que está agora a ser invertida pelo executivo que lidera, realçando que no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) há mais de dois mil milhões de euros dedicados à oferta pública de habitação nos próximos anos.
Por fim, e abordando o desafio demográfico, o líder socialista enfatizou também que é preciso assegurar, através do apoio de políticas públicas, que ninguém deixe de ter filhos por razões económicas.
António Costa lembrou ainda os avanços em matéria de direitos fundamentais, rejeitando uma visão meramente “natalista da demografia” e afirmando “uma visão de liberdade e igualdade”, de acordo com a qual os portugueses podem agora constituir “a família que quiserem”, independentemente do sexo dos cônjuges.
Na sua intervenção, o Secretário-Geral do PS dirigiu ainda um agradecimento à Juventude Socialista, que tem provado ser uma verdadeira escola de quadros do Partido Socialista e para servir a causa pública.
“Hoje, o Secretário-Geral Adjunto do PS é o antigo Secretário-Geral da Juventude Socialista. Dois dos nossos ministros foram Secretários-Gerais da Juventude Socialista”, lembrou António Costa. “E até eu, que nunca fui Secretário-Geral da Juventude Socialista, mas fui seu militante desde os 14 anos, também já sou Secretário-Geral do Partido Socialista”, completou.