António Costa destaca exemplo de capacidade e qualificação tecnológica do país
O primeiro-ministro foi à fábrica da Embraer, em Alverca, Vila Franca de Xira, à apresentação do novo avião KC390, demonstrar a sua “satisfação” pelo facto de a nova aeronave ter tido a participação decisiva dos centros tecnológicos portugueses, afirmando que o novo avião representa “um passo de gigante” na qualificação do país num segmento industrial de futuro que é a aeronáutica.
Manifestando “orgulho” por ver a decisiva participação da engenharia portuguesa na construção do novo avião da Embraer, que contou também com o contributo e ‘know-how’ brasileiro, e depois de saudar “todos os que contribuíram com o seu trabalho para que o novo avião fosse construído”, o primeiro-ministro sublinhou tratar-se de uma “admirável obra a vários títulos”.
Para António Costa trata-se, em primeiro lugar, de um “excelente exemplo” de como trabalhando em conjunto o Estado, a indústria e a academia podem tornar possível que se “avance na capacidade e na qualificação tecnológica”, ao mesmo tempo que apontou a “exemplaridade do trabalho” feito a partir da engenharia portuguesa, dando como exemplo o Centro de Excelência e Inovação da Indústria Automóvel (CEIIA).
O primeiro-ministro recordou que o novo avião vem responder às especificidades da aeronáutica portuguesa, militar e civil, lembrando que o Estado começou por trabalhar através da Força Aérea, porque era neste ramo das Forças Armadas, como sustentou, que mais se fazia sentir, “a necessidade de uma maior renovação da sua capacidade”.
Um projecto que só foi possível, como salientou o primeiro-ministro, graças ao investimento que a Embraer tem vindo a fazer na sua fábrica em Alverca e dos seus centros de competência e unidade de Évora, mas também “das suas fábricas fora de Portugal”.
Foi este esforço conjunto que na opinião do primeiro-ministro permitiu concretizar e levar em frente este novo avião, “particularmente importante para Portugal”, uma vez que representa, como referiu, em primeiro lugar “uma parceria com o país-irmão que é o Brasil”, defendendo que o novo KC390 é um notável exemplo de como para além da história que liga os dois países, há uma realidade que é fruto de uma parceria entre as engenharias de ambos os países e do trabalho de “operários, engenheiros e mecânicos” do Brasil e de Portugal.
Dia histórico
Também o ministro da Economia classificou a apresentação do KC390 como “um dia de afirmação para a engenharia portuguesa”, um “dia histórico”, como referiu, para a capacidade e afirmação da tecnologia portuguesa, numa das indústrias, como salientou, que é das “mais desafiantes e mais exigentes”.
Depois de destacar o impulso decisivo que a Embraer veio dar ao aparecimento do cluster aeronáutico em Portugal, com muitas empresas nacionais a trabalharem já para a Boeing e a Airbus, Manuel Caldeira Cabral lembrou os empregos qualificados que entretanto foram criados neste sector, designadamente nas áreas do desenho e do controlo de produção, assim como o contributo que veio dar para o surgimento de operários com uma formação profissional bastante exigente, auferindo “remunerações bastante acima da dos empregos que tínhamos no passado”.
Na cerimónia estiveram ainda presentes os ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva e da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, para além do presidente da Embraer Defesa e Segurança, Jackson Schneider.
Tal como Portugal, que assinou uma carta de intenção para a compra de seis KC390, outros 30 países mostraram já interesse em adquirir o novo avião, que é a maior aeronave projetada para aplicações multiusos civis, designadamente em missões de socorro ou de apoio ao combate de fogos florestais, e militares, no transporte de tropas ou de equipamentos, reabastecimento aéreo, busca e salvamento.