São várias as organizações internacionais, do Banco Central Europeu ao FMI, passando pela Reserva Federal norte-americana (FED) e pela OCDE, entre outras, que apontam para que, em 2023, haja uma clara recuperação da economia europeia e mundial, uma convicção que levou, uma vez mais, o primeiro-ministro, António Costa, a manifestar otimismo quando à evolução da economia portuguesa, lembrando a propósito o retrato divulgado pelo FMI, que aponta para um crescimento da economia mundial em cerca de 0,5%, enquanto que para a economia portuguesa prevê um crescimento entre 0,7 a 1,5%.
O primeiro-ministro falava esta manhã aos jornalistas, à margem de uma visita que efetuou à fábrica de confeções Dielmar, em Alcains, no município de Castelo Branco, integrada no âmbito do programa ‘Governo Mais Próximo’, uma iniciativa que vai levar os membros do executivo a participar, durante dois dias, em mais de 40 ações em todo o distrito.
Muito do sucesso e da resiliência da economia portuguesa, defendeu o chefe do Governo, passa pelo excelente comportamento e desempenho do “tecido empresarial nacional” que, segundo António Costa, “tem sustentado o crescimento da economia e a evolução do emprego”, reafirmando que, apesar de 2022 ter sido um ano de “enorme incerteza marcado pela guerra”, tal não impediu que o valor das exportações portuguesas tivesse ultrapassado “50% do PIB”.
É legítimo, como assinalou, reconhecer que o adequado comportamento das empresas, quer durante os “anos difíceis da pandemia”, quer agora perante a guerra na Ucrânia e a crise inflacionária, que ainda não deu mostras de querer abrandar, tem permitido, apesar desta dura realidade, encontrar as respostas certas para continuar a “injetar confiança” na economia e a preparar os caminhos do futuro, reconhecendo, contudo, o papel determinante desempenhado quer pelos serviços, quer pelo turismo.
Exemplo desta resiliência por parte das empresas, ainda segundo o líder do executivo, é o próprio caso da fábrica de confeções Dielmar que, depois de ter entrado, em 2021, num processo de insolvência, conseguiu, com o apoio dos cerca de oito milhões de euros do Governo e do investimento da empresa Valérius, “laborar hoje normalmente”.
Governo Mais Próximo
No âmbito deste périplo que o primeiro-ministro e alguns membros do Governo estão a realizar, entre o dia de hoje e amanhã, no distrito de Castelo Branco, uma iniciativa integrada no programa ‘Governo Mais Próximo’, António Costa visitará várias empresas e serviços públicos e reunirá com autarcas das regiões. Para amanhã, quinta-feira, está agendado um Conselho de Ministros onde serão analisados os vários temas relacionados com o interior e se fará o ponto da situação da “aplicação do programa de valorização do interior”, lançado em 2017, e que já contou com um investimento de cerca de 6,5 mil milhões de euros, tendo criado perto de 34 mil postos de trabalho.
António Costa deixou ainda a garantia de que a reunião do Governo de amanhã não deixará também de abordar a situação da floresta e de olhar para a valorização da Serra da Estrela, salientando que a aposta no desenvolvimento do interior “é um projeto que não acaba”, e que o Governo continua comprometido a inverter o processo de “enfraquecimento dos territórios do interior”, asseverando, contudo, que esta é uma tarefa que não se muda em apenas “dois, três ou quatro anos”.