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António Costa destaca conhecimento como “motor fundamental” para a recuperação económica do país

António Costa destaca conhecimento como “motor fundamental” para a recuperação económica do país

O primeiro-ministro, António Costa, apontou hoje o conhecimento científico como “uma verdadeira arma” contra o populismo e para ajudar a nortear as decisões políticas, sobretudo num contexto de pandemia como o atual, destacando ainda a sua dimensão de “motor fundamental” para a recuperação económica do país.
António Costa destaca conhecimento como “motor fundamental” para a recuperação económica do país

“A Ciência é uma verdadeira arma contra as notícias falsas e a melhor garantia de vitória sobre o populismo e as atitudes negacionistas da verdade”, afirmou António Costa numa mensagem em vídeo dirigida à abertura do encontro Ciência 2020, a decorrer no Centro de Congressos de Lisboa, sob o tema ‘Ciência em Portugal para uma Europa mais Resiliente’.

O conhecimento científico aproveita também aos decisores políticos e à exigência dos cidadãos, referiu o líder do Governo, realçando que “em nenhum momento da História foi tão necessário” como aquele que estamos a viver, de combate à pandemia de Covid-19.

“Graças à Ciência, vamos conseguir vencer seguramente esta crise. A Ciência vai conseguir encontrar um tratamento eficaz ou uma vacina que assegure a imunização. Vai conseguir descobrir as causas deste vírus e prevenir no futuro novas pandemias como esta”, declarou.

António Costa referiu também que o conhecimento científico será “motor fundamental” para a recuperação económica de Portugal na crise provocada pela pandemia.

“Quase 44 por cento do Produto Interno Bruto é com exportações e isso deve-se ao facto de hoje termos mais produtos e mais serviços que incorporam conhecimento científico”, lembrou, acrescentando que, para elevar essa meta até aos 50% do PIB em meados da década, será preciso aplicar conhecimento a “cada vez mais produtos e serviços”, para “alterar o perfil” da economia nacional.

Na sua mensagem, o primeiro-ministro congratulou-se ainda com o facto de este ano se terem batido “todos os recordes de novos alunos a entrarem para o ensino superior”, um indicador auspicioso para prosseguir o caminho de cada vez maior aposta na qualificação dos portugueses.

“As famílias portuguesas, não obstante a angústia do momento que vivem e da incerteza no futuro, sabem que é investindo na educação dos seus filhos que poderão assegurar um futuro melhor e contribuir para que possam ter mais e melhor emprego”, afirmou.

Manuel Heitor sublinha importância do diálogo entre ciência e sociedade

Presente no encontro, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, destacou a importância do debate e do diálogo entre ciência e sociedade, no atual contexto de “risco e incerteza” decorrente da pandemia.

Na sua intervenção, o ministro destacou o movimento ‘Patient Innovation’, desenvolvido em Portugal e que tem atraído diversos cientistas internacionais e prémios Nobel. Este movimento “é hoje, à escala do mundo, reconhecido e, sobretudo, apoia um processo de empowerment dos cidadãos e da população em geral com outras pessoas que precisam do conhecimento para poder dialogar”, explicou Manuel Heitor.

Sobre o tema do encontro, o ministro referiu o comunicado da Comissão Europeia, de 20 de setembro, que reforça a necessidade de os países duplicarem na próxima década “o investimento público em ciência e tecnologia”, e multiplicarem, “pelo menos mais três vezes, o investimento privado em investigação e desenvolvimento de forma a que, em 2030 – e em qualquer zona europeia -, estes valores cheguem a 3% da riqueza gerada”.

Manuel Heitor afirmou também que “nos últimos anos, na Europa, o investimento esteve praticamente estagnado, representando 2% da riqueza gerada e, por isso, é esta a altura – mais do que nunca – para afirmarmos a ciência e a tecnologia”, o que defendeu só ser possível “se abrirmos o diálogo à sociedade”.

No caso português, o ministro da Ciência destacou o facto de, em 2019, se ter atingido uma despesa de 3 mil milhões de euros, representando 1,4 % do PIB, referindo, contudo, que “é preciso fazer mais do que isso”. Neste sentido, apontou, o Governo delineou um trajeto de mais investimento face aos valores atuais, no horizonte até 2030, referindo a este propósito que o Orçamento do Estado para 2021 já inclui “um aumento de 4% do orçamento da FCT, conjugado com a articulação de fundos comunitários”.

O ministro da tutela realçou também, em relação ao acesso ao ensino superior, “um crescimento nunca visto em Portugal” nos últimos cinco anos.

“Passámos de cerca de 350 mil estudantes para 400 mil estudantes no ensino superior. Queremos chegar a 2030 com seis em cada 10 jovens de 20 anos no ensino superior”, disse, acrescentando que o Plano de Recuperação e Resiliência já prevê um impulso para jovens e adultos aumentarem a sua formação.