Em conferência de imprensa, no final do encontro de dois dias, o líder do Governo português começou por se referir ao novo Conceito Estratégico da NATO, salientando que o documento aprovado pelos 30 Estados-membros “define claramente três missões fundamentais”, nomeadamente, o reforço da “nossa capacidade de dissuasão e defesa contra qualquer ameaça, desde a Rússia ao terrorismo”, o reforço da “prevenção e gestão de crises” e o reforço “da nossa segurança cooperativa com os parceiros internacionais”.
No âmbito “da dissuasão e defesa”, explicitou o primeiro-ministro português, “foram aprovadas novas medidas de apoio globais à Ucrânia”, entendendo-se este apoio, apontou, “como um elemento essencial para a dissuasão de qualquer risco de ataque a uma parcela do território da NATO” e o reforço “da nossa capacidade de defesa”.
António Costa referiu, por outro lado, que a cimeira enfatizou “a necessidade de, sem prejuízo da prioridade atribuída ao reforço do flanco leste da NATO”, manter-se “uma visão global de 360 graus”, não descurando “a importância da prevenção e gestão de crises no flanco sul, onde todas as ameaças têm uma consequência direta sobre a segurança da Aliança Atlântica”.
Segurança cooperativa
Dos trabalhos da reunião, foi ainda relevado o acolhimento de “quatro parceiros fundamentais” da região do Indo-Pacífico – Austrália, Nova Zelândia, Japão e Coreia do Sul -, com os quais, segundo António Costa, foi possível “discutir, em conjunto, as ameaças globais e a forma de melhor cooperarmos uns com os outros para assegurar a segurança coletiva”, assim como a participação da União Europeia, o que acontece pela primeira vez numa cimeira da NATO.
António Costa salientou também o convite dirigido à Suécia e à Finlândia para aderirem à Aliança e a definição de “um novo modelo de forças, que implicará um reforço da participação de todos os Estados-membros, no esforço das operações de dissuasão e defesa coletiva”.
Fundo comum da NATO
O reforço dos fundos comuns da NATO e a emissão de um novo fundo – ao qual Portugal aderiu – para apoio à investigação e inovação no domínio da Defesa, foram outras das decisões que marcaram o encontro, destacando António Costa que este novo instrumento corresponde “a uma das ambições que temos”, em que “o reforço das dotações orçamentais para a NATO possa, simultaneamente, ser reforço da nossa capacidade”, do nosso “modelo científico-tecnológico” e, também, “do nosso tecido industrial”.