António Costa defende que Plano Juncker sem equilíbrios agrava assimetrias
Para evitar um agravamento de assimetrias entre os diferentes Estados-membros da União Europeia, “o Plano Juncker deve ter regras de aplicação geograficamente equilibradas”, defendeu o primeiro-ministro, na Assembleia da República, no debate preparatório do Conselho Europeu.
Segundo António Costa, “não é possível que este plano, que corresponde a uma necessidade de investimento, acabe por concentrar o investimento naqueles que são os países economicamente mais fortes, acentuando as assimetrias entre as economias da União”.
Sobre a política comercial externa, o líder do Governo do PS vincou que o nosso país “apoia a conclusão do acordo de parceria comercial com o Canadá, que é equilibrado e terá benefícios para Portugal”.
“Esperamos que esse mesmo acordo possa ser assinado até ao próximo dia 27”, referiu, sublinhando que “se há contributo que a União Europeia pode dar para a regulação da globalização, é através da política comercial”.
O primeiro-ministro destacou também que Portugal “também incentiva a prossecução de idênticas negociações com o Japão e com o Mercosul”.
A destacar que os principais temas do Conselho Europeu, que se realiza em Bruxelas, nos hoje e amanhã, são: a política económica, as migrações, e a relação da União Europeia com a Rússia.
A título informal, poderão ser ainda abordados: a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) e o futuro da UE.
Atenção às questões de fundo nas migrações
No capítulo das migrações, António Costa disse que “os números referentes às travessias no mar Egeu mostram que funcionou o acordo entre a União Europeia, a Grécia e a Turquia”, embora tenha alertado para a necessidade de dar atenção a outras rotas e, sobretudo, às questões de fundo que estão na origem deste fenómeno”.
E afirmou ser por isso “essencial a conclusão de acordos de parceria para as migrações com países como o Senegal, o Mali, a Nigéria, o Níger e a Etiópia, sem esquecer a vertente sul da política europeia de vizinhança”.
Cooperação UE/ Rússia é desejável
Quanto às alterações climáticas, António Costa lembrou a posição pioneira da União Europeia, em geral, e de Portugal, em particular, nesta matéria, e sublinhou ser “desejável que todos os Estados-membros ratificassem o Acordo de Paris até novembro, tal como Portugal já fez”.
Referindo a relação entre a União Europeia e a Rússia, o primeiro-ministro defendeu “uma abordagem positiva para o diálogo ao nível diplomático, já que as sanções são indesejáveis e o clima de cooperação é o desejável”.
Em relação à União Económica e Monetária, António Costa assegurou que o nosso país tomará uma atitude concreta, a tempo de ser tida em conta no Conselho extraordinário de Roma”.