António Costa participou esta manhã, no Teatro Thalia, em Lisboa, num encontro promovido pelas Mulheres Socialistas, sob o tema, ‘Continuar a Avançar em Igualdade’, tendo o líder do PS iniciado a sua intervenção por defender que uma “maior e mais equilibrada representação de género” nos postos de decisão das empresas, é uma tarefa decisiva para que se possa avançar o mais rápido possível, como destacou, com as necessárias mudanças nas empresas, quer na “forma de organização, quer a nível do quadro remuneratório”.
De acordo com o líder socialista, o país tem de deixar de se limitar a olhar apenas para as empresas cotadas quando analisa as questões de género nas administrações, e passar a “alargar também esse olhar para as empresas de maior dimensão”, garantindo António Costa que este é o caminho certo “que temos que prosseguir”.
Nesta sua intervenção, o também primeiro-ministro mostrou satisfação com os progressos alcançados nos últimos seis anos com os Governos do PS, designadamente com a “eliminação do ‘gap’ salarial entre homens e mulheres”, lembrando que a diferença salarial “está hoje abaixo da média da União Europeia”.
Se é verdade que o país, ainda segundo António Costa, tem dado passos “no sentido certo”, também é claro, como assinalou, que esta aposta significa que o país não pode deixar de continuar, sem hesitações, a percorrer este caminho até conseguir eliminar as diferenças “que são absolutamente inaceitáveis”, mostrando-se convicto que esta será uma realidade sustentável quando houver um “maior número de mulheres em posição de direção e de execução ao nível da cada empresa”.
Para António Costa, já não restam dúvidas, “até pelos múltiplos exemplos trazidos pela atividade política”, setor onde se verifica haver “uma maior feminização desde há 20 anos”, que quanto mais mulheres houver em postos decisivos ao nível das empresas, “mais rapidamente se poderá chegar a uma melhor conciliação entre a vida pessoal e profissional”.
Agenda do Trabalho Digno
O Secretário-geral do PS referiu-se também, neste encontro, à agenda para o trabalho digno, um dos dossiês que considerou de maior significado e de peso político apresentado pelo Governo socialista nesta última legislatura, referindo que apesar de ter “caducado com a dissolução da Assembleia da República”, em resultado do chumbo do OE2022, mantém-se, contudo, como um dos assuntos da “maior importância para a proteção das mulheres”.
Reconhecendo que o pecado da precariedade continua a ser “um mal universal”, sendo que também aqui são as mulheres que estão “mais desprotegidas”, designadamente porque o “peso da feminização no salário mínimo e na precariedade do trabalho é mais acentuado”, António Costa referiu-se, depois, à semana de quatro dias de trabalho, para lembrar que este é um tema incluído no programa eleitoral e que o PS se “compromete a ponderar aplicar para certos setores”.
Considerando que se trata de um “debate que é necessário fazer na sociedade portuguesa”, o líder socialista assinalou que há “já alguns bons exemplos”, apontando, a propósito, que na Câmara Municipal de Mafra “há muitos anos que se pratica a semana de quatro dias de trabalho, com bons resultados e de uma forma calma e tranquila”, assumindo ser esta uma medida comprovadamente benéfica para ajudar a “reduzir as emissões de CO2”.