António Costa defende “grande união entre democratas e progressistas” contra a extrema-direita
“Nas próximas eleições para o Parlamento Europeu nenhum partido vai ter maioria e é necessário construir alianças”, disse o governante português, em declarações ao jornalistas.
Em Paris, esta segunda-feira, para uma visita relâmpago antes das eleições europeias, António Costa disse que os democratas e progressistas têm de trabalhar em conjunto para contrariar a “internacional de extrema-direita” que se reuniu este fim de semana em Itália e conseguirá eleger muitos eurodeputados nas eleições de 26 de maio.
“Naturalmente que temos de trabalhar em conjunto na Europa e garantir que, a partir da próxima segunda-feira, entre as diferentes famílias políticas, há capacidade de diálogo que permita uma grande união entre democratas e progressistas na Europa […] Quando vemos a extrema-direita a construir uma internacional à escala europeia, é tempo de compreender que independentemente das diferenças entre uns e outros, todos os democratas e progressistas sejam capazes de ter uma visão comum que responda de uma forma positiva aos anseios e necessidades dos cidadãos”, indicou o primeiro-ministro português.
Em resposta aos jornalistas que questionaram o facto de António Costa parecer mais próximo de Emmanuel Macron, – cujo partido (República em Marcha) se sentará possivelmente no grupo dos liberais -, do que dos socialistas franceses, o primeiro-ministro português desvalorizou a rivalidade política nesta questão.
“Temos de ter um diálogo com toda a gente, e enquanto primeiro-ministro de Portugal eu falo com todos os que se sentam no Conselho Europeu porque é assim que tem de se produzir o diálogo e construir as soluções políticas[…] A Europa, hoje, está muito pulverizada em termos políticos”, afirmou o governante.
O primeiro-ministro disse ainda que a aliança com a França tem sido “muito frutuosa”. “Tem sido uma aliança muito frutuosa que nos tem permitido colocar como prioridade um tema que há três anos e meio só o Governo português e o Governo grego colocavam como prioridade, que era a reforma da zona euro, que hoje, com o grande impulso do Presidente Macron, é uma das questões centrais”, indicou António Costa, citando a proposta de uma capacidade orçamental da zona euro para financiar a competitividade e convergência dos 28 que vai ser apresentada em junho.