Falando esta manhã na feira agrícola Agroglobal, no concelho do Cartaxo, onde esteve acompanhado pela ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, o primeiro-ministro lembrou o papel decisivo que o setor agrícola soube conservar durante a crise pandémica de Covid-19, não permitindo, como enalteceu, que tivesse havido qualquer brecha na cadeia de abastecimento, defendendo, por isso, que é “devida uma palavra de gratidão e de estímulo” aos agricultores portugueses.
Foram muitos os setores e muitas as atividades, como lembrou o primeiro-ministro, que ao longo deste último ano e meio, em que “tivemos que enfrentar a pandemia”, foram obrigados a encerrar, uma realidade a que, apesar de tudo, o setor agrícola foi capaz de resistir e sobretudo de “vencer os receios”, para que nada “nos faltasse e para que do prado ao prato tivéssemos sempre uma cadeia de abastecimento permanentemente a funcionar”.
António Costa lembrou, depois, o papel decisivo que a recente presidência portuguesa do Conselho da União Europeia teve também em relação às alterações introduzidas na política agrícola comum, assumindo que o atual momento “é de viragem”, com uma nova abordagem em relação à PAC, mas também em relação ao “próprio Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”. Sobre este último instrumento, o chefe do Executivo assinalou que disponibiliza para a agricultura, entre outras verbas, “um conjunto de investimento importantes”, designadamente para uma das áreas que representa atualmente “uma das maiores preocupações do setor”, o abastecimento de água, destacando, a este propósito, os investimentos que estão a ser feitos quer no Algarve, “para aumentar a eficiência hidrográfica” da região, quer na Barragem do Pisão, para “poder criar condições de utilização da água no Alto Alentejo”.
PRR com investimentos importantes para aproveitamento da água
Nesta sua intervenção na feira agrícola do Cartaxo, António Costa referiu-se ainda aos avanços entretanto dados no âmbito do acordo estabelecido com Banco Europeu de Investimento (BEI) relativamente ao projeto de irrigação, nomeadamente e principalmente em relação “à irrigação de precisão”, só possível, como mencionou, pelo novo impulso criado “com a nova PAC”, o que também está a permitir o desenvolvimento dos laboratórios colaborativos que “têm vindo a ser implementados de norte a sul do país”. Equipamentos que, segundo o primeiro-ministro, “são de extrema importância” para que o país possa ter uma melhor e mais adequada resposta no aproveitamento “das suas produções agrícolas tradicionais”.
O primeiro-ministro agradeceu ainda ao promotor desta feira agrícola, Joaquim Pedro Torres, o trabalho que tem vindo a realizar para pôr de pé a Agroglobal, mostrando-se convicto de que cada dia que passa é mais um dia em que aumenta o “nosso conhecimento para que possamos ter uma agricultura cada vez mais moderna e mais eficiente, que alimente o país e que reforce a sua capacidade exportadora”.