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António Costa assinala 25 de Abril com celebração da Liberdade e da Cultura

António Costa assinala 25 de Abril com celebração da Liberdade e da Cultura

O primeiro-ministro, António Costa, convidou ontem várias centenas de pessoas a participarem nos jardins da residência oficial nas comemorações do 48º aniversário do 25 de Abril, ocasião aproveitada também para inaugurar uma peça da artista Sara Bichão nos jardins do Palacete de São Bento.

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António Costa, 25 de Abril

Perante os muitos visitantes que ontem quiseram responder ao convite para estarem presentes nos jardins da residência oficial de São Bento nas comemorações dos 48 anos da revolução de Abril, o primeiro-ministro, numa breve intervenção, depois de salientar o simbolismo da inauguração de um trabalho de uma artista plástica “nascida 12 anos após o 25 de abril de 74”, referiu os progressos que o país conseguiu alcançar, sem esquecer os dois últimos anos de combate à pandemia de Covid-19.

De acordo com António Costa, tem havido da parte do primeiro-ministro “o maior empenho”, desde que assumiu a responsabilidade de liderar o Governo em 2015, em “manter a tradição” de em cada 25 de Abril convidar um artista plástico para ter uma nova obra de arte exposta nos jardins da residência oficial, lembrando que esta foi uma das formas que encontrou para que tivesse sido possível não só comemorar Abril, num período de forte combate à pandemia, mas igualmente o expediente para “homenagear a liberdade, a cultura e celebrar a criatividade artística”.

O primeiro-ministro lembrou também que até há poucos anos as peças artísticas que foram sendo inauguradas nos jardins do Palácio de São Bento terem todas a “assinatura no masculino”, um rumo que foi interrompido, como lembrou, com um primeiro trabalho artístico de Lourdes Castro e outro, no ano seguinte, de Fernanda Fragateiro e agora, em 2022, com uma peça de Sara Bichão, uma obra que segundo António Costa assume um carácter de “dupla relevância”, não só porque se trata, como assinalou, de uma artista feminina, mas também por ter nascido em 1986, “12 anos depois do 25 de abril de 1974”, numa altura em que a liberdade “já teve mais tempo de vida do que o tempo da ditadura”.

Quanto aos discursos da sessão solene, no Parlamento, António Costa salientou os proferidos pelo Presidente da República e pelo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, afirmando que ambas as intervenções “foram muito importantes” por terem abordado “dois temas da identidade nacional”, respetivamente, a questão das Forças Armadas e a comunidade emigrante, esta “com quase cinco milhões de portugueses” espalhados pelo mundo.

Combater as fraturas sociais

Nesta breve intervenção, o primeiro-ministro referiu-se também ao fenómeno da ascensão da extrema-direita na Europa, entretanto também com alguns reflexos na democracia portuguesa, defendendo que se trata de um episódio que deverá ser combatido com políticas que apontem para a redução dos desequilíbrios sociais, afirmando que as fraturas sociais são, nos países europeus, “o carburante das forças de extrema-direita”.

Mostrando satisfação pela vitória eleitoral de Emmanuel Macron nas presidenciais francesas do passado domingo, o primeiro-ministro não deixou, contudo, de alertar para “a preocupante” votação na candidata nacionalista Marine Le Pen, um resultado que António Costa defende que terá obrigatoriamente que “nos interrogar e nos impelir a procurar as causas”, defendendo que a solução para combate às propostas demagógicas da extrema-direita passa, em grande medida, pelos avanços da transição digital e climática, políticas que, como defendeu, não podem “deixar ficar ninguém para trás”.

De acordo com António Costa, sempre que uma sociedade democrática se confronta com o aparecimento de fraturas sociais, com mais ou menos sinais evidentes de agravamento das desigualdades, o resultado imediato é o aproveitamento pela extrema-direita do descontentamento popular, uma insatisfação que, segundo António Costa, pode e deve ser combatida com mais democracia.

Para o primeiro-ministro, o combate às desigualdades sociais, ainda prevalecentes um pouco por toda a Europa, para ter êxito e resultar em políticas mais igualitárias para todos, tem de passar pelo avanço de medidas mais “justas e inclusivas”, defendendo António Costa ser esta a “forma mais adequada, sólida e consistente” de combater as ideias e as propostas da extrema-direita.

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