“Temos, por um lado, de ter mais pessoas e sermos capazes de atrair pessoas de todo o mundo. Por outro lado, temos que ter a capacidade de ter pessoas que produzam valores, serviços e bens de maior valor acrescentado e, para isso, é fundamental o desenvolvimento de conhecimento e aplicar esse conhecimento”, sobretudo, no que respeita à riqueza e diversidade do território, valorizando “os produtos tradicionais”, frisou.
Falando num encontro no Instituto Politécnico de Bragança (IPB), onde também participou o cabeça de lista do PS por este círculo eleitoral, o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira, o líder socialista afirmou, de seguida, que é também necessário “desenvolver a parcela do território que menos desenvolvida está”, abordando especificamente o exemplo local e “o enorme potencial que está por aproveitar” na região transmontana.
Segundo António Costa, o país habituou-se – “erradamente” – a “chamar interior” a Trás-os-Montes, salientando que é necessário, “de uma vez por todas”, passar a reconhecer a sua “centralidade”.
“Foi por isso, para termos esta nova visão da nossa própria geografia, que nós trabalhámos para termos aprovado, há dois anos, na Guarda, a primeira estratégia de desenvolvimento transfronteiriço que Portugal e Espanha alguma vez tinham apresentado”, disse, em referência à cimeira ibérica ali realizada.
“E é, portanto, neste esforço conjunto que nós temos que trabalhar, e estamos a trabalhar, para, de uma vez por todas, termos aqui uma grande centralidade ibérica que ajuda a puxar pela economia do conjunto do país”, acrescentou.
Memória dos traumas dos governos da direita está “bem viva”
Num encontro em que foi também recordado, por alguns dos intervenientes, o “trauma” com o “desinvestimento em ciência que houve na altura” do último Governo de direita em Portugal, António Costa observou que esta memória permite colocar “o dedo numa ferida importante”.
“Ainda bem que há memória desses traumas – para que essa memória esteja bem viva no próximo domingo e todos nos lembremos o que é que pode significar voltar a recuar” a esse tempo, salientou, contrapondo o “orgulho” no caminho feito, também neste campo, pelo Governo do PS.
Por isso, realçou António Costa, é preciso “continuar” este caminho. “Continuar porque temos orgulho do que fizemos, mas continuar porque sabemos também que ainda não fizemos tudo o que é necessário fazer e sabemos que há sobretudo mais espaço para fazer mais”. “E é isso que temos que continuar a fazer: continuar a avançar e nunca, nunca, voltar a recuar”, disse o líder socialista.
Visita à Casa do Careto e receção popular em Bragança
Antes de concluir esta segunda-feira de campanha com um comício em Vila Real, o Secretário-geral do PS dedicou o dia ao distrito de Bragança, tendo começado por visitar a Casa do Careto, em Podence, no concelho de Macedo de Cavaleiros, onde vestiu a capa de honra da aldeia e aceitou participar no primeiro Carnaval dos Caretos, a realizar após o fim da pandemia.
Tendo ao seu lado o presidente da autarquia de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues, e a secretária de Estado das Comunidades, Berta Nunes, para além dos candidatos socialistas pelo círculo de Bragança, António Costa salientou a importância da cultura popular para o desenvolvimento das regiões do interior.
“A cultura é um veículo fundamental para o desenvolvimento e para a coesão territorial. Uma das grandes mais valias que temos para o nosso interior é a valorização daquilo que é mais próprio: Os produtos tradicionais, mas também a cultura”, disse, elogiando ainda a bem a sucedida candidatura à UNESCO dos caretos de Podence a património imaterial da humanidade.
Já na cidade de Bragança, o líder socialista participou também numa ação de rua, na qual retomou o apelo a uma grande mobilização dos socialistas na última semana de campanha, salientando o caráter decisivo das legislativas do próximo domingo para o futuro do país.
Depois de ter tomado um café com os candidatos socialistas pelo círculo de Bragança, António Costa subiu a um palanque para agradecer a “calorosa” receção. “Peço a todos que nesta última semana de campanha eleitoral se mobilizem para dar uma grande vitória às portuguesas e aos portugueses. Uma grande vitória que permita ao PS continuar a avançar para termos um país mais próspero, mais justo e mais inovador”, declarou.