António Costa afirma “orgulho” na missão portuguesa no Mediterrâneo
Acompanhado pelo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, o líder do Governo português visitou o contingente português a desempenhar uma das missões no âmbito da Frontex, tendo realçado o trabalho feito nos últimos cinco anos.
“Aquilo que assisti aqui em Samos excedeu em muito as minhas expectativas e estou muitíssimo orgulhoso. Desde 2014, o trabalho da Polícia Marítima, só em salvamento de vidas, já atinge as 6.940 pessoas”, sublinhou.
Tornar mais eficiente o acolhimento de migrantes
António Costa frisou também a importância de a União Europeia “reorganizar todo o sistema de solidariedade e de partilha de esforço”, para garantir que os migrantes possam ser acomodados e acolhidos com mais segurança.
Lembrando que Portugal tem, desde agosto de 2018, um acordo bilateral com a Grécia neste âmbito, António Costa referiu que o mesmo tem registado “poucos resultados práticos”, por falta de mecanismos de identificação dos perfis pessoais e de mecanismos de recolocação.
“Os mecanismos mais institucionalizados de recolocação são um problema grande que a União Europeia tem de resolver – um problema que já não é político, sendo sobretudo de logística e de operacionalização das decisões já tomadas. Creio que nenhum dos países da União Europeia deve ter esgotado as quotas que assumiu para acolher refugiados no seu território, exceção feita a Estados-membros como a Alemanha e a Suécia, que estão para além das suas quotas”, acentuou.
O contingente da Polícia Marítima portuguesa em Samos é composto por um chefe de equipa, oito agentes e um técnico de manutenção, a que se junta uma segunda equipa na ilha de Lesbos, constituída por um chefe de equipa, três agentes e um técnico, apoiados pela embarcação ‘Arade’.
As equipas portuguesas têm a missão de realizar a vigilância na fronteira marítima e efetuar patrulhas terrestres nas áreas costeiras, apoiando Operações de Busca e Salvamento (SAR) e procedendo a controlos de fronteira. Ainda no plano operacional, as forças da Polícia Militar têm de identificar e mesmo intercetar movimentos suspeitos, prevenir e detetar a migração irregular e o crime transfronteiriço.
“O trabalho que aqui fazem é também psicologicamente muito duro, porque há um contacto direto com casos de grande sofrimento humano. Mas também há um aspeto de gratificação por se poder resgatar essas vidas. É para nós um motivo de orgulho podermos participar nesta missão da União Europeia na defesa de uma fronteira externa, mas que é uma fronteira comum a todos nós”, referiu António Costa.
Visita aos militares portugueses no Iraque
Da Grécia, António Costa seguiu para o Iraque, onde esta quarta-feira, também na companhia do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, visita o contingente militar português estacionado na base de Besmayah, integrado na missão internacional de segurança e estabilização da região.