PS tem um enorme potencial de crescimento
Ao anunciar para princípios de junho o programa com que o PS se apresentará aos portugueses, o Secretário-geral socialista garantiu que “ninguém irá votar sem saber exatamente os compromissos que o PS assume”.
Antecipou que um Governo liderado por si irá devolver a pensionistas e trabalhadores da Função Pública o dinheiro que lhes foi retirado, apostará num amplo programa de reabilitação urbana e na redução do IVA da restauração para a taxa intermédia de 13%.
Quanto à sustentabilidade do quadro financeiro com que se propõe governar o país, António Costa garantiu que “está completamente definido”, reconhecendo que a maioria dos portugueses anseia por uma mudança rápida de Governo.
Defendeu uma redução do défice ajustada aos ciclos económicos, não deixando de salientar, a propósito das críticas de que tem sido alvo enquanto Secretário-geral de uma alegada indefinição em relação às propostas políticas, que a pior coisa que “poderíamos fazer era pôr o carro à frente dos bois, fazendo promessas sem ter a certeza de as poder cumprir”.
Lembrou o conjunto de iniciativas contidas na Agenda para a Década, não sem realçar que seria “um favor que estaríamos a fazer a este Governo se estivéssemos agora a discutir o programa do PS, a sete meses de distância das eleições, deixando as políticas do Governo para um plano secundário”.
O líder socialista não tem dúvidas que o PS fez bem em não se ter aliado às políticas deste Governo, criticando os apelos sistemáticos, designadamente de Cavaco Silva, aos consensos, sustentando que compromissos “fazem-se em nome de valores”.
O PS vai crescer eleitoralmente
Perante as mais recentes sondagens, António Costa está otimista garantindo que o “PS tem um enorme potencial de crescimento”.
Lembrou que a maioria já atingiu o máximo que pode ambicionar, logo “a maioria deixou de ser maioria”, sendo que a direita unida “não bate o PS”.
Quanto à polémica em torno da carreira contributiva do primeiro-ministro à Segurança Social, António Costa considera que o caso está bem entregue nas mãos dos portugueses nas eleições, considerando que Passos Coelhos se revelou “indulgente consigo mas intransigente com os cidadãos”, dando pela sua parte o assunto como encerrado, explicando não gostar da “política de casos”.
PROGRAMA MACROECONÓMICO O cenário macroeconómico que o PS apresentará ainda este mês pretende ser a base para credibilizar as principais medidas do programa eleitoral. A equipa que está a preparar o cenário macroeconómico dos socialistas é liderada por Mário Centeno, doutorado em Harvard e quadro superior do Banco de Portugal. A equipa integra também um conjunto de professores universitários e de especialistas em finanças públicas e em economia, casos de Paulo Trigo Pereira, Manuel Caldeira Cabral (que já colaborava com a direção de António José Seguro), Francisco Guedes de Oliveira, João Nuno Mendes, Vítor Escária (ex-assessor do primeiro-ministro José Sócrates), Sérgio Ávila e João Leão. A este grupo juntam-se ainda os dirigentes socialistas Vieira da Silva, João Galamba, Fernando Rocha Andrade e a eurodeputada socialista Elisa Ferreira. Na opinião do secretário-geral, “estamos a fazer um trabalho que nunca foi feito e que é essencial que se faça. Hoje, os maiores desafios que os políticos têm na sua relação com os cidadãos são os da confiança e da credibilidade. Confiança e credibilidade que, uma vez perdidas, dificilmente se recuperam”. |