Anterior Governo descurou problemas da banca
O vice-presidente da bancada do PS Carlos Pereira acusou hoje, numa declaração política no Parlamento, os partidos da direita de terem atuado com “ligeireza” e “amadorismo” nos problemas da banca portuguesa quando eram Governo.
Carlos Pereira apontou que, “no meio da austeridade obsessiva, e quase sádica, levada a cabo pela governação anterior e realizada com a abdicação do papel de parceiro entre iguais nas instituições europeias, (…) cortinas opacas escondiam histórias arrepiantes da vida governativa portuguesa”.
“No meio de tanta herança que ainda amaldiçoa Portugal, há um aspeto que ocupa um lugar central pela sua importância: a situação da banca portuguesa e as razões que impediram uma intervenção mais enérgica e mais decisiva, capaz de contrariar as fragilidades do sistema financeiro português”, defendeu. Segundo o deputado do PS, “o BES e o Banif desapareceram do sistema financeiro português e nenhum deles tem uma história que ilibe de responsabilidades o PSD e o CDS”.
Carlos Pereira acusou os partidos da direita de terem agido com “ligeireza” e “amadorismo” em contraponto “ao necessário sentido de responsabilidade, profissionalismo e resiliência em contrariar as teses que humilhavam Portugal”.
O parlamentar socialista criticou também Assunção Cristas que, enquanto ministra do anterior Governo, e perante “um rombo” de cinco mil milhões de euros, “declarou, para todos os portugueses escutarem, sem qualquer rebuço, preto no branco, que assinou de cruz a solução para o BES”. “Foi assim, com a sua assinatura eletrónica, mas sem ler o que assinava, numa prosa solarenga e leve, que a atual a líder do CDS informou o país como se juntou ao PSD para dar origem, minutos antes de ir para a praia, a um exército de lesados, a prejuízos a milhões de contribuintes portugueses e, não menos importante, a deixar sem chão centenas de funcionários”, lamentou.
Para acrescentar à lista de más opções do anterior Executivo, ficou a saber-se “que no Conselho de Ministros de então não se falava dos problemas da banca”, afirmou o deputado. Ora, “havia doze mil milhões de euros reservados para reestruturar o sistema financeiro português, mas Passos Coelho estava entretido com o aumento colossal de impostos, com as graves afrontas às instituições da República, nomeadamente o Tribunal Constitucional, na endiabrada e insolente obsessão de empobrecer o país”, acrescentou.
Para Carlos Pereira importa agora responder a uma questão: “Quem decidiu nada fazer na aplicação das verbas negociadas para acudir ao sistema financeiro e reestruturar a banca pública e privada?”.
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