Anterior Governo delapidou serviço público de transportes
Numa questão dirigida ao Governo, os parlamentares socialistas, em conjunto com os deputados que integram a Comissão Parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, chamam a atenção para as diversas manifestações de utentes, missivas de associações representativas do sector e outras notícias que têm vindo a público, demonstrativas da degradação do transporte fluvial entre as duas margens do Tejo.
O deputado André Pinotes Batista, um dos subscritores do texto, considera que “a existência de repetidas falhas no serviço origina uma perceção de isolamento e destruturação do quotidiano profissional e familiar das populações servidas, afetando o direito à mobilidade consagrado na Constituição da República Portuguesa”.
Lembrando que o serviço público de transportes tem subjacente aos seus objetivos a satisfação de necessidades sociais, económicas e ambientais da comunidade, os parlamentares socialistas destacam que o transporte fluvial, em particular, desempenha um papel central no Sistema Integrado de Mobilidade da Área Metropolitana, ligando as duas margens e contribuindo decisivamente para a redução do transporte individual.
Face à situação, os deputados do PS questionam o Governo sobre as consequências do desinvestimento registado nos anos de 2012 a 2015 e pedem esclarecimentos sobre as perturbações nas ligações fluviais, referindo o impacto da alienação de navios, bem como outras questões relacionadas com o plano de renovação da frota, quadro de pessoal e certificados de navegabilidade.
Recorde-se que em 2014, mais de 15 milhões de passageiros foram transportados pelo grupo Transtejo, o que demonstra a importância deste meio de transporte na vida e economia da Península de Setúbal.