Ana Catarina Mendes defende que estão lançadas sementes para novas vitórias do PS
Ana Catarina Mendes falava aos jornalistas à entrada para a Comissão Nacional no PS, em Santarém, momentos antes de os dirigentes socialistas votarem a sua substituição por José Luís Carneiro no cargo de secretário-geral adjunto deste partido.
“Saio deste cargo com a consciência da sua importância e com a consciência de que a mobilização do partido permitiu que se ganhassem as eleições regionais dos Açores, que tivéssemos a maior vitória de sempre em eleições autárquicas, que ganhássemos as eleições legislativas e quase tivéssemos vencido as regionais da Madeira, tendo o melhor resultado de sempre”, declarou Ana Catarina Mendes, que, na sexta-feira, foi eleita líder parlamentar da bancada socialista.
Em relação ao seu sucessor no cargo de “número dois” da direção dos socialistas, Ana Catarina Mendes disse ter “plena confiança” no exercício destas funções por José Luís Carneiro.
“Pelo percurso que José Luís Carneiro tem, tanto no PS, como enquanto secretário de Estado das Comunidades – ao fim de 20 anos, o partido elegeu um deputado pelo círculo Fora da Europa nas últimas legislativas -, estou certa de que vai continuar a dignificar este lugar”, declarou.
Questionado sobre o facto de o PS ter conquistado uma maioria absoluta de câmaras em 2017, razão pela qual a fasquia está agora muito elevada para o ato eleitoral de 2021, Ana Catarina Mendes discordou dessa perspetiva.
“Cada momento histórico e cada eleição, tem a sua leitura. Também há dois anos, nas últimas autárquicas, a fasquia já estava muito alta. Julgo que estão criadas as sementes para termos em todo o território nacional um bom resultado nacional nas autárquicas”, sustentou.
A nova líder parlamentar do PS repetiu também a tese do secretário-geral do seu partido, segundo a qual o Governo não deve fazer leituras dos resultados que os socialistas obtiverem nas próximas eleições autárquicas e regionais.
“Nunca considerámos que o resultado de uma eleição autárquica pudesse ter leituras para as eleições nacionais”, alegou.
Perante os jornalistas, Ana Catarina Mendes defendeu que, “ao longo dos últimos quatro anos, o PS foi um partido vivo, mobilizado, com discussão de ideias, com propostas de suporte do Governo”.
“O PS teve vida própria, independentemente de estar no Governo”, acrescentou, numa alusão à forma como exerceu as funções de secretária-geral adjunta dos socialistas.