“Aquilo que o primeiro-ministro faz em plena greve é chantagear, é ameaçar os trabalhadores portugueses de uma alteração à lei da greve. Isso é inaceitável e eu quero dizer que não passarão”, respondeu Pedro Nuno Santos.
Para o líder do PS, que falava durante uma ação de campanha na Covilhã, esta declaração do primeiro-ministro “é um insulto à democracia”.
“É uma afronta à democracia, é uma afronta a uma das maiores conquistas de Abril que é o direito dos trabalhadores se poderem organizar para reivindicar os seus direitos. Revela autoritarismo, revela desrespeito pelos direitos dos trabalhadores, revela desrespeito por um dos direitos mais elementares de um Estado de direito”, condenou o Secretário-Geral socialista.
Pedro Nuno Santos lembrou que, ainda há um ano, quando era o PS que estava no Governo, a campanha eleitoral foi também marcada por protestos permanentes, por exemplo das forças de segurança, e que nunca se ouviu “a um líder do PS dizer que é preciso pôr ordem, que é preciso rever a lei da greve”.
“É impensável e inaceitável que um primeiro-ministro e líder do PSD queira protestar contra o direito à greve porque está incomodado com uma greve em plena campanha”, disse.
Para o Secretário-Geral do PS, Luís Montenegro só se pode queixar da incapacidade do seu próprio Governo.
“Há uma greve a decorrer com uma adesão de 100%. O Governo falhou na negociação e agora quer responsabilizar os sindicatos e os partidos” pelo seu falhanço, repudiou, sublinhando que uma greve resolve-se “com trabalho e muito diálogo”.
“Como eu consegui resolver a greve dos motoristas de matérias perigosas [em 2019, quando era ministro das Infraestruturas]. Isso exige diálogo, exige trabalho, não é com ataques à democracia”, finalizou o líder socialista.