home

Alunos do 10º ano vão ter estratégia para recuperar matéria

Alunos do 10º ano vão ter estratégia para recuperar matéria

O Ministério da Educação está a preparar estratégias para permitir que os alunos do 10º ano tenham oportunidade de recuperar matérias no próximo ano. A revelação foi adiantada pelo secretário de Estado da Educação, João Costa, explicando que o objetivo do Governo é garantir a plena aquisição de aprendizagens para um ano que integra já o último ciclo de ensino e decorrerá sem aulas presenciais até final do último período letivo, dadas as circunstâncias excecionais impostas pela emergência de saúde pública.
João Costa

“Nós temos consciência de que não estamos a ter o sistema a funcionar bem nem de forma igual para todos e por isso quem está no 10.º ano vai ter oportunidade para ter recuperação de aprendizagens. E, por isso, às vezes têm-me perguntado porque é que houve aqui um foco nos anos terminais, nos anos de conclusão. Porque esses já não vão ter oportunidade no próximo ano letivo de recuperarem o que ficou para trás. Portanto, mais do que alterações dos conteúdos é ter estratégias que vão ser desenhadas a seu tempo para recuperarmos”, disse o governante, em entrevista à revista Forum Estudante.

João Costa disse que tudo o que está a ser feito este ano devido à pandemia de Covid-19 “tem implicações no próximo ano letivo”, mas adiantou que vão ser “desenhadas estratégias” de recuperação de conteúdos.

Na entrevista, realizada através de uma emissão em direto na página da publicação na rede social Facebook, o secretário de Estado da Educação teve oportunidade de responder a dúvidas colocadas pelos estudantes, que se centraram, sobretudo, em questões relacionadas com os exames nacionais do ensino secundário, a conclusão desse ciclo de ensino, nas suas várias vertentes, e o acesso ao ensino superior.

Refeições em escolas alargadas ao escalão B da ação social

Ainda sobre as medidas para responder à atual situação de confinamento, desta feita no que toca aos apoios sociais, João Costa adiantou que o acesso a refeições nas escolas, enquanto durar o seu encerramento para aulas presenciais, vai também passar a ser assegurado para o escalão B da ação social escolar.

“Logo numa necessidade muito básica a nossa preocupação foi continuar a fornecer as refeições aos alunos do escalão A da ação social escolar (ASE) e agora vamos alargar às do escalão B, porque sabemos que muitas vezes, para muitas crianças a única refeição que têm no dia é a refeição que têm na escola”, disse.

O governante referiu o trabalho colaborativo da Educação com outras áreas do Governo, como as Migrações, a Cidadania e Igualdade e a Segurança Social para “garantir por todas as vias que estes alunos”, que precisam de mais proteção e apoio, “não ficam sozinhos”.

“Nós sabemos que a escola tem uma função importante de alguma proteção social. Infelizmente, nós sabemos que há lares onde há violência, onde há negligência, onde não há comida e a escola é um grande apoio para a identificação destes casos, para ajudar as famílias e para identificar por vezes até situações de violência que precisam de proteção especial. Angustia-me um pouco pensar que este elo de ligação, este elo de proteção, a distância não funciona tão bem”, apontou.

João Costa referiu “inúmeras parcerias e disponibilidades” para apoiar estes alunos, vindo de empresas como os CTT, de organizações não-governamentais (ONG), com as quais as escolas se têm articulado para chegar a bairros “onde é mais difícil” chegar, mas também das autarquias, “estruturas de proximidade” com as quais, em conjunto com as comissões de proteção de crianças e jovens, se tem tentado encontrar “o máximo de soluções” para chegar a esses alunos.