Alternativa de confiança IX
O Governo PSD/CDS tem alimentado no seu discurso a defesa de um “novo paradigma” da economia portuguesa, assente no sector exportador. Trata-se de um discurso que contém várias mistificações, até porque a dinâmica alcançada nas exportações não acontece por obra do acaso, mas por terem existido políticas de estímulo e capacidade estratégica de planeamento e de investimento que permitem agora a obtenção de bons resultados no sector. Bons resultados que o atual Governo colhe como seus.
Mas um crescimento equilibrado da economia portuguesa exige mais. O sector exportador, o investimento, que também lhe é necessário, e a aposta na procura interna convivem em todas as economias equilibradas. Até porque as exportações e a substituição de importações não são conflituantes.
As exportações não poderão continuar a aumentar se não houver investimento. Os investimentos realizados na Galp, na fileira do papel, como a Portucel, e em indústrias de alto valor tecnológico, como a Embraer, não foram realizados nos últimos quatro anos. Foram o resultado de uma política de estímulo aos investimentos promovida pelos Governos do Partido Socialista.
Acresce que as medidas de estímulo à inovação, à qualificação e à internacionalização da economia são tão importantes quanto as medidas de estímulo ao emprego em sectores essenciais à economia doméstica, como o turismo – também por via da restauração – e a construção para reabilitação urbana.
A prioridade dada pelo Partido Socialista à criação de programas de forte incentivo à reabilitação urbana e de recuperação do património histórico português é uma aposta estratégica num sector fortemente potenciador de emprego, que recupera a imagem e a qualidade de vida citadina e que potencia o sector turístico. Sem um investimento nas nossas cidades, à imagem da experiência de outras grandes cidades europeias, é difícil manter o crescimento das atividades turísticas.
É também com o objetivo de promover a recuperação da economia e do emprego, num sector de produção nacional com baixo conteúdo importado e intensivo na utilização do fator trabalho, bem como de potenciar uma atividade de elevado valor turístico, que o Partido Socialista defende a reposição da taxa do IVA da restauração para 13%.
Completemos agora o círculo, retomando a importância estratégica do sector exportador e da internacionalização das empresas portuguesas:
- Relançar o investimento na inovação, investigação e desenvolvimento empresarial.
- Desenvolver a “ligação universidade-empresa” para um novo patamar de inovação.
- Abrir novos canais de exportação e reforçar a internacionalização do tecido empresarial e de projetos inovadores.
- Desenhar políticas que permitam uma substituição de importações e maior incorporação de valor acrescentado nacional na produção para o mercado interno e externo.
- Apostar no turismo como sector estratégico para o emprego e para o crescimento das exportações.
- São propostas do programa do Partido Socialista, aprofundando, aliás, as políticas que os Governos do Partido Socialista tinham já promovido e que permitiram ao atual Governo, sem que para isso tivesse trabalhado, convencer-se da descoberta de um “novo paradigma”.
Sector exportador, investimento e procura interna. Este é o verdadeiro paradigma para um crescimento equilibrado da economia portuguesa.
O PS sabe que é possível fazer diferente. Trabalhando com rigor e competência.