O decano dos deputados socialistas
Desde muito novo Alberto Martins teve uma forte consciência política, o que o levou a ter um papel central na crise académica de 1969 que afrontou a ditadura salazarista.
A 17 de abril de 1969, Alberto Martins, então presidente da Direção- Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), levantou-se para pedir a palavra em nome dos estudantes na cerimónia de inauguração do Departamento de Matemática.
Na mesa, o então Presidente da República Américo Tomás, surpreso com a ousadia e coragem sem limites de Alberto Martins, dá a palavra, balbuciante, ao ministro das Obras Públicas, e encerra depois a sessão de forma abrupta. À saída a comitiva ministerial é vaiada pelos estudantes.
Tinha começado a crise académica. Nessa mesma noite Alberto Martins é preso.
Depois do 25 de abril adere ao Partido Socialista, onde fez parte, por diversas vezes, dos seus órgãos dirigentes. É eleito deputado à Assembleia da República nas V, VI, VII, VIII e IX legislaturas.
Foi ainda líder da bancada socialista, onde se destacou pelas suas intervenções oportunas e acutilantes.
Alberto Martins foi também ministro da Reforma do Estado e da Administração Pública no XIV Governo Constitucional e ministro da Justiça no XVIII Governo Constitucional.
Pelo seu percurso de combate contra a ditadura e de defesa dos valores da liberdade e democracia, Alberto Martins foi agraciado em 1999 com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio.
Publicou os livros “ Novos direitos do cidadão” e “Direito à cidadania.