Alargar o ímpeto reformista
“E nesse futuro, um dos pilares essenciais é a educação e a importância que ela assume como fator de integração e de mobilidade social. É, por isso, que essa é uma prioridade estratégica para os Açores, esse deve ser um combate em que todos estejamos empenhados e comprometidos”, afirmou o líder socialista açoriano, no encerramento do XVI congresso regional do PS/Açores.
Sobre esta prioridade estratégica, Vasco Cordeiro lançou um desafio aos partidos políticos “para a construção de um acordo de regime”, defendendo que é preciso “intervir, desde já” no combate ao insucesso escolar nos Açores, um dos problemas que mais afeta a região, bem como introduzir alterações de maior flexibilidade no modelo vigente dos quadros docentes.
A produção de energia a partir de fontes renováveis foi outro dos pilares essenciais para o futuro da região defendidos pelo líder socialista, que apontou o objetivo de criar medidas de apoio à generalização da utilização de viaturas elétricas e ao aprofundamento do programa de utilização de energia solar, também no transporte terrestre coletivo.
Ainda na área dos transportes, Vasco Cordeiro defendeu o aproveitamento de apoios comunitários para a construção de navios novos, destinados ao transporte marítimo de passageiros entre as ilhas, preconizando que a sua exploração deva “ser facultada a privados”, sobretudo “àqueles que até ao momento têm assegurado essa operação”.
No que respeita ao pilar do emprego, o também presidente do Governo regional avançou com a criação de um conjunto de medidas, a fomentar no próximo ciclo político na região, nomeadamente um programa de formação profissional na área do turismo, “uma rede açoriana de mentores de empreendedorismo” e um programa para empresas exportadoras.
Vasco Cordeiro definiu ainda prioridades para a área social, assumindo o compromisso de reforçar o Complemento Regional de Pensão e o apoio à aquisição de medicamentos para idosos, mantendo e reforçando o complemento açoriano de abono de família ou os descontos em creches, jardins-de-infância e amas, bem como concretizar “uma estratégia regional de combate à pobreza e à exclusão social”.
No seu discurso de encerramento do congresso, o líder socialista da Região Autónoma afirmou apresentar-se “de consciência tranquila perante as açorianas e açorianos” pelo trabalho realizado na região, que definiu como uma relação “com verdade, transparência e honestidade”, deixando ainda a abertura para novas soluções para “corrigir o que não resultou” e fazer melhor no futuro.
“O PS está pronto para – unidos – fazer o que ainda falta fazer”, através de “novas soluções, de inovar em medidas, renovar políticas, procedimentos e protagonistas”, afirmou, pedindo a “confiança” dos açorianos.
Vasco Cordeiro dirigiu ainda um elogio ao Secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, por “em apenas cerca de quatro meses” já ter dado “sinais claros e efetivos” de que “a resolução dos assuntos importantes para os Açores não é para demorar no tempo, nem é para se perder nas discussões burocráticas”, tendo deixado um apelo à compreensão do chefe do Governo para a resolução de alguns problemas ainda prementes, relacionados com os serviços do Estado na região.
Reforçar a autonomia
Por seu lado, o presidente honorário do PS/Açores, Carlos César, sublinhou que os socialistas estão empenhados em reforçar a autonomia com conteúdos de “modernidade e de genuinidade democrática”, manifestando a convicção de que o PS, os Açores e a autonomia “ganharão mais força com mais este congresso”.
“O PS, ao longo de todo este período tem boas razões para se sentir orgulhoso do seu contributo destes momentos fundadores da nossa Autonomia”, declarou o presidente socialista, intervindo na abertura do Congresso.
Carlos César recordou que “a autonomia na Constituição nunca poderá deixar de ser reconhecida, também, como obra do PS, que era o partido maioritário na Assembleia Constituinte”, contributo visível, também, em “todas as revisões constitucionais subsequentes”.
Assinalou ainda o legado da governação socialista no arquipélago, iniciada em 1996, destacando não existir desde essa data até aos dias de hoje um indicador que “não demonstre como foi extraordinária e como foi significativa a mudança” operada nestas décadas.
Na sua intervenção, Carlos César sustentou que o PS pode estar orgulhoso do que sempre fez na oposição ou no Governo, tal como sucede no presente, neste “novo ciclo político e de governação”.
“Neste particular, podemos ainda estar orgulhosos por duas boas e muito essenciais razões. Uma porque temos um grande partido que se sabe renovar e aperfeiçoar. E outra porque temos o líder político de que a região mais precisa e com o qual a região mais continuará a ganhar, Vasco Cordeiro”, acrescentou o presidente do PS.