Falando no encerramento da iniciativa, promovida pela JS e que encheu o auditório da Casa do Impacto, no Bairro Alto, em Lisboa, e que contou também com a intervenção de Miguel Costa Matos, Secretário-Geral dos jovens socialistas, Pedro Nuno Santos considerou que a medida do IRS Jovem, tomada pelo Governo socialista, tem provado um efeito positivo para incentivar o regresso a Portugal de jovens que emigraram, sendo agora altura de lhe conferir um novo impulso na sua ambição.
“Queremos que o IRS Jovem não seja apenas para licenciados, mas para todos os jovens”, declarou, recebendo uma prolongada salva de palmas dos simpatizantes e militantes da JS que enchiam a plateia.
Pedro Nuno Santos abordou também as preocupações que ainda afetam muitos estudantes universitários, assinalando que “é muito importante que nenhum jovem deixe de estudar na faculdade para a qual conseguiu entrar e para o curso que sempre desejou porque não tem capacidade financeira”.
“Fizemos um caminho tremendo nos últimos anos, mas continuamos com essa dificuldade. E a principal razão é o alojamento”, apontou o Secretário-Geral do PS, referindo que, apesar do aumento do esforço para a construção de residência universitárias a que se tem assistido nos últimos anos, o país “está ainda longe de atingir a meta” necessária nesta matéria.
“Podemos fazer mais, apoiando não apenas os bolseiros no acesso ao alojamento, mas também jovens não bolseiros, de rendimentos acima dos mais carenciados. Os jovens das famílias da classe média enfrentam também muitas dificuldades no acesso ao alojamento estudantil. Queremos construir em pormenor essa medida convosco”, disse, dirigindo-se aos jovens presentes.
Pedro Nuno Santos disse partilhar também as propostas da JS no domínio da saúde mental, outra das reivindicações constantes no manifesto eleitoral dos jovens socialistas, defendendo que deve ser concretizado um programa no sentido de reforçar as equipas de psicólogos em universidades, agrupamentos escolares e centros de saúde.
“Essa tem de ser uma grande missão”, completou.
Combater o “discurso de ódio” e de “manipulação do povo”
O Secretário-Geral do PS deixou ainda, na sua intervenção uma mensagem assertiva de combate ao “discurso de ódio” e a quem, no discurso político, procura explorar descontentamentos com o único objetivo de alcançar uma posição de poder.
“Há duas formas muito diferentes de reagirmos à insatisfação e uma delas é aproveitar o descontentamento, transformando-o em ódio, em relação àquilo que é diferente, em relação às minorias, para com os políticos, para com os outros. Esta é uma forma de aproveitar o descontentamento”, sustentou.
Alertando, neste sentido, para uma forma de debate que está a ser travado nesta pré-campanha para as eleições legislativas, Pedro Nuno Santos que esta é a estratégia que está a ser explorada pela extrema-direita, nomeadamente pelo Chega.
“É essa a característica da ação de André Ventura, um homem que se quer apresentar como antissistema, quando a única coisa que ele quer é usar o povo, manipular o povo para ser na realidade mais um igual aos piores políticos do sistema. André Ventura não quer mudar nada. A única coisa que quer é poder, enganando as pessoas”, considerou.
Para o Secretário-Geral do PS, a resposta “é usar a política para transformar e para promover a cooperação, porque os problemas de uns são os problemas de todos”.
“Nós não ignoramos os problemas que a juventude em Portugal ainda enfrenta e é com humildade que nos confrontamos com esses problemas”, falando não apenas sobre o que já se fez, mas “sobre o que ainda falta resolver”, disse.
“Queremos uma sociedade em que crescemos em conjunto, em que resolvemos os problemas individuais em conjunto. Esta é a nossa forma de encarar a vida”, acrescentou Pedro Nuno Santos.