“A agricultura, tal como a expectativa que foi criada para a economia, necessita de mais ambição para crescer”, salientou o socialista durante a audição do ministro da Agricultura e Pescas no âmbito da apreciação na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2025.
Para este crescimento acontecer “teremos de aumentar a produção agrícola, aumentar as exportações agrícolas, teremos de ter, cada vez mais, as soberanias alimentares nas fileiras, e teremos também de ter mais independência em relação aos subsídios no setor”, alertou.
Para o coordenador dos socialistas na Comissão de Agricultura e Pescas, é necessário “mais investimento que provoca mais distribuição de riqueza e que garante modernizar e avançar tecnologicamente o setor”.
Nelson Brito frisou, depois, que o Orçamento do Estado para 2025 prevê apenas 2,1% para investigação na agricultura. E perguntou ao governante se esses 2,1% são suficientes para abraçarmos desafios como “as alterações climáticas, as doenças como a língua azul ou o fenómeno do fogo bacteriano na pera rocha”.
O deputado do PS recordou, em seguida, que “no passado havia 500 milhões de euros para o setor da floresta” e “só no PEPAC constavam 274 milhões de euros”.
No entanto, na revisão do PEPAC que o Governo da AD quer levar a cabo, “há uma redução de 121 milhões de euros para o setor da floresta” e “para o investimento menos 221 milhões de euros”, denunciou.
Assim, Nelson Brito questionou se o Governo está disponível para recuar nesta proposta, não esquecendo que “uma parte substancial dos principais parceiros do setor estão contra esta revisão do PEPAC”.
Pescas não constam do OE 2025
Já o deputado do PS Walter Chicharro perguntou ao governante “onde estão as pescas neste Orçamento do Estado”, lamentando o “profundo desrespeito por este setor”.
Referindo que apenas há referência às pescas em três páginas do Orçamento do Estado, Walter Chicharro denunciou que não há “um plano claro ou uma visão concreta para o setor”.
“Não há uma linha que indique como se pretende assegurar a sustentabilidade da atividade pesqueira, não há qualquer medida específica para melhorar as condições de rentabilidade, especialmente para a pequena pesca, nem para aumentar o rendimento dos pescadores. Também não há um plano concreto para o desenvolvimento da investigação nas áreas da pesca e da aquicultura”, vincou.
O socialista perguntou depois ao ministro da Agricultura e Pescas “por que razão decidiu cortar 34% do orçamento para as pescas em 2025, comprometendo o futuro do setor”.