Segundo o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, que falava à margem de uma visita à fábrica da Bosch, em Aveiro, a elevada adesão de quase uma centena e meia de empresas, de universidades e de instituições científicas, a esta iniciativa das Agendas Mobilizadoras, se por um lado “superou as nossas expectativas”, provou, por outro lado, que se tratou de um instrumento que “veio ao encontro do interesse de um conjunto alargado de instituições”, sobretudo as situadas em áreas onde o país tem nos últimos anos “procurado fazer investimento no conhecimento, na inovação e nas novas tecnologias”.
Na opinião do ministro de Estado e da Economia, o país dispõe agora de uma “muito boa base de partida” para que possa dar “um renovado impulso” no recurso aos fundos europeus, “desencadeando todo um movimento de que Portugal tanto precisa”, salientando Pedro Siza Vieira que os vários consórcios que aderiram às Agendas Mobilizadoras abrangem entidades de praticamente todas as regiões do país, desde “as energias, até ao setor das biotecnologias, da saúde, ao aeroespacial e ao automóvel”.
Depois de saudar a “grande disponibilidade” mostrada quer pelas empresas, quer pelas instituições académicas, na criação de produtos inovadores “orientados para os mercados externos”, o titular da pasta da Economia lembrou que Portugal, a exemplo dos restantes países europeus, não está em condições de perder, sobretudo agora que o país está a sair de uma prolongada crise pandémica, o impulso de continuar a consolidar a aposta em produtos inovadores “de maior valor acrescentado” que ponham o país no “caminho sustentado do crescimento económico”.
Apoios às empresas
Para que todos estes projetos possam avançar e se transfiram do papel para o terreno, o que poderá começar a acontecer já “nas próximas semanas”, há a garantia do Executivo socialista, segundo o ministro Pedro Siza Vieira, de que estão previstos nesta primeira fase incentivos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) na ordem dos “cerca de mil milhões de euros”, garantindo o titular da pasta da Economia que existe ainda a total disponibilidade do Governo para “aumentar esta dotação”.
“Já sinalizámos mais 2,3 mil milhões de euros que poderemos ir buscar à União Europeia para apoiar estes investimentos e temos o PT2030 que começará a ser lançado”, explicou.
De acordo com o ministro da Economia, depois de devidamente avaliadas as “diversas manifestações de interesse” dos consórcios de adesão às Agendas Mobilizadoras, haverá lugar a uma seleção final, com recurso a um júri que “incluirá personalidades internacionais”, devendo então os contratos de investimento ser “assinados durante o primeiro trimestre do próximo ano”.
Por ocasião desta visita à unidade de termotecnologia da Bosch, o ministro Pedro Siza Vieira inaugurou o novo parque fotovoltaico, com cerca de 17 mil metros quadrados, que será capaz de produzir anualmente cerca de 1.680 quilowatts e ajudar a diminuir, como garantiu o administrador da Bosch, a emissão de dióxido de carbono em cerca de 700 toneladas, contribuindo também para baixar os custos de eletricidade nesta unidade industrial do distrito de Aveiro em mais de 20%.