Afirmar Portugal como polo logístico de excelência
Os portos portugueses têm uma posição privilegiada para poderem responder ao significativo crescimento do comércio marítimo mundial, afirmou o primeiro-ministro, ontem em Sines, na apresentação da Estratégia para o Aumento da Competitividade Portuária, cerimónia integrada na Agenda Mais Crescimento.
Segundo o primeiro-ministro, que falava ontem em Sines, o comércio internacional com base na navegação marítima tem em Portugal, e nas suas infraestruturas portuárias, “um cenário muito favorável” e um potencial de grande crescimento, defendendo que, no atual “contexto internacional”, Portugal pode beneficiar muito com a alteração fundamental que resultou da entrada em funcionamento da duplicação do canal do Panamá, obra que, segundo António Costa, vai favorecer e “valorizar as rotas entre o Pacífico e o Atlântico”.
A par desta importante obra, António Costa lembrou ainda o interesse já demonstrado pela China em aumentar o seu comércio com a Europa durante as próximas décadas, problemática que, segundo o primeiro-ministro garante, “não deixará de incluir Portugal”, o que poderá certamente contribuir, como realçou, para “potenciar o crescimento da nossa atividade portuária”.
15 mil postos de trabalho até 2030
Também a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, presente na cerimónia, lembrou a importância estratégica que os portos portugueses têm no contexto do comércio marítimo internacional, garantindo, ao apresentar a estratégia do Governo para aumentar a competitividade dos portos nacionais, que o Executivo tem um objetivo “muito firme” que passa pela criação, até 2030, de 12 a 15 mil novos postos de trabalho.
Segundo a governante, a ambição do Governo liderado pelo primeiro-ministro, António Costa, é que Portugal possa ser um “importante polo logístico de excelência na Europa”, potenciando os seus portos como rampa de lançamento nas restantes atividades ligadas à economia do mar, captando na próxima década, investimento na ordem dos dois mil e quinhentos milhões de euros, que será nacional e internacional, “privado, público e comunitário”.
Os portos nacionais constituem, para Ana Paula Vitorino, “uma peça fundamental” do Programa Nacional de Reformas, sendo por isso, como salientou, “cruciais para maximizar a vantagem competitiva da centralidade euro-atlântica de Portugal”, garantindo que o Governo do PS tudo fará para que os portos nacionais sejam um “hub fundamental” para a internacionalização da economia portuguesa.
Para a ministra do Mar, potenciar e valorizar as infraestruturas portuárias, passa não só pela captação de mais mercadorias, mas também pelo “desenvolvendo novas plataformas” ligadas à investigação, à inovação, à ciência e à tecnologia.
Novas plataformas, como referiu a governante, que devem estar sobretudo “relacionadas com os setores das energias renováveis oceânicas”, assim como aos “recursos minerais e energéticos”, mas também ao “ambiente, à robótica submarina, à construção e reparação naval e à aquicultura”, contribuindo deste modo para a “obtenção de um sistema sustentável”, quer do ponto de vista económico e financeiro, quer do ponto de vista social e ambiental.