Afirmar a cultura como fator de desenvolvimento da região
A diretora regional da Cultura dos Açores, Susana Goulart, foi uma das oradoras convidadas no debate, tendo abordado a dinâmica cultural dos Açores, cuja realidade é diferente, como explicou, ao estar espartilhada por nove ilhas.
Considerou, no entanto, que há possibilidades de replicar modelos de eficiência do ponto de vista da gestão cultural, não só ao nível do Fundo de Ação Cultural, que está sob a tutela do Governo Regional dos Açores, mas também a nível de sinergias e de projetos nos quais considera importante que as duas regiões “cada vez mais se envolvam de forma presente e mútua”.
Instada a apontar exemplos em que pode haver cooperação, a governante açoriana considerou que tal pode acontecer do ponto de vista de projetos culturais no âmbito da História, bem como na área do intercâmbio e de residências artísticas entre artistas da Madeira e dos Açores. “Penso que é muito importante fomentar cada vez mais este diálogo entre as ilhas, do ponto de vista de todas as artes, sejam as artes plásticas, as artes de palco, as artes musicais. Penso que é muito importante fazer este combate pela união a nível de projetos de índole cultural”, explicou.
Susana Goulart da Costa referiu que já existem parcerias ao nível de projetos de investigação e que, no que se refere à história religiosa, já há projetos em curso. “Há bastante trabalho que já está a ser feito do ponto de vista de recolha de informação e de instituições que trabalham, mas penso que devemos tentar subir um patamar e formalizar estas parcerias naturalmente”, vincou a governante.
Dar a conhecer boas práticas e pensar a Cultura para o futuro
Por seu turno, a coordenadora da área da Cultura dos Estados Gerais do PS-M destacou a importância deste debate, no sentido de conhecer as boas práticas e daí retirar ideias e contributos. “Se queremos pensar a Cultura para o futuro, devemos ouvir também aquilo que os outros têm a dizer sobre os exemplos, sobre as alternativas para fazer uma Cultura mais inteligente, mais sustentável, que tenha a capacidade de colocar em diálogo operadores, a identidade da própria Região e as empresas”, adiantou Luísa Paolinelli.
Tendo em conta o facto de, durante muito tempo, e por vezes ainda hoje, a cultura ser vista como algo acessório e não como um recurso vital para as sociedades e para a economia, a responsável defendeu a importância de “fazer da Cultura o centro das políticas”.