Aeroporto do Montijo não compromete roteiro para neutralidade carbónica
Matos Fernandes explicou que “hoje temos cerca de 65 milhões de toneladas de CO2 [dióxido de carbono] em emissões, não podemos chegar a 2050 com mais de 13 milhões. É uma redução, de facto, muito expressiva”. E sublinhou que “nesses 13 milhões de toneladas de CO2 estão contempladas as emissões do tráfego aéreo e da aviação”.
O governante, que falava no final da 7ª Conferência do Diálogo de Alto Nível da Plataforma China-Europa para a Água, chegou mesmo a admitir que o roteiro para a neutralidade carbónica poderá ser “conservador” face àquilo que “podem vir a ser as evoluções tecnológicas nos transportes marítimo e aéreo”, e consequente substituição do combustível.
E deixou o exemplo da Airbus que, em 2021, já vai ter um protótipo de um avião híbrido, que tudo aponta para que esteja já em funcionamento comercial.
Quanto ao aeroporto do Montijo e o eventual risco de ficar imerso com a subida do nível das águas do mar, o ministro do Ambiente afiançou que “o problema não se colocará na prática”, já que “o projeto-base tem, sem qualquer afetação maior de terreno, um projeto de subida do nível da plataforma atual em cinco metros”.
“Há sítios muitíssimo mais frágeis e sensíveis” ao avanço do mar do que o local onde se localiza o aeroporto, frisou.
A Plataforma China-Europa para a Água foi estabelecida em março de 2012, em Marselha, França, e tem por objetivo promover a cooperação e o diálogo político, empresarial e científico entre os Estados-membros da União Europeia e a China em matéria de gestão de recursos hídricos.
Portugal é membro da plataforma desde o início e entre 2020 e 2021 assumirá o secretariado europeu, sucedendo à Finlândia.