A tabloidização da política
Ora, o PS não pode cair na tentação de usar tais métodos porque os cidadãos não esperam de António Costa respostas do nível dos discursos trauliteiros de Nuno Melo e Marco António, para citar apenas dois exemplos. Sabemos que a personalização das campanhas eleitorais é um fenómeno que veio para ficar e que tudo será feito pelos spin-doctors da maioria para envolver António Costa em epifenómenos que o obriguem a desviar-se dos objectivos que traçou e das propostas que tem para o País. Isso não significa porém que o PS não exerça o seu papel de oposição e de chamada de atenção dos portugueses para as questões que verdadeiramente contam para o progresso do país e o bem-estar dos cidadãos, sem demagogia nem cedências a nervosismos vindos do seu seio ou dos restantes partidos e dos jornalistas.
Numa conjuntura em que a política se tabloidizou, em grande parte como forma de ganhar visibilidade num sistema mediático em que o escândalo se tornou um instrumento de conquista de audiências, cabe ao PS um papel de regulador da ética e do bom senso que os partidos à sua direita e à sua esquerda não estão em condições de desempenhar.
Uma campanha eleitoral ganhadora tem de ser feita pela positiva, afirmando valores, políticas, e métodos de trabalho transparentes e participativos, em respeito pelos cidadãos, rejeitando com vigor o caminho do escândalo e da calúnia que outros partidos e alguns media queiram eventualmente trilhar.