“A seriedade política de António Costa contrasta com a postura do primeiro-ministro”
Eduardo Ferro Rodrigues não tem dúvidas de que a popularidade e as caraterísticas pessoais e políticas do Secretário-geral do PS, que têm sido manifestamente reconhecidas em todos os estudos de opinião, vão marcar a diferença quando os portugueses forem chamados a escolher o próximo ciclo de governo do país. Até porque, sublinha, “a postura séria e de estadista” de António Costa contrasta com a “postura de banha da cobra e sonsice” de Passos Coelho. Uma postura, acrescenta, de um primeiro-ministro que “pensa uma coisa e diz muitas vezes outra” e que sabe que “os resultados concretos das suas políticas são terríveis para as pessoas”.
Ao Expresso, Ferro Rodrigues garantiu que o PS pretende alcançar uma maioria absoluta nas eleições legislativas deste ano, sabendo manter um diálogo ao centro e à esquerda. “As eleições ganham-se ao centro mas as maiorias absolutas só se ganham com o apoio do eleitorado da esquerda”. Deixa também a garantia de que, se essa for a vontade dos portugueses, o PS terá capacidade para tentar governar com um “apoio parlamentar maioritário na base do seu programa” e com “contributos que outros partidos possam dar”, desde que em respeito pela essência do programa que o PS apresentará ao país. Um programa, sublinha, que é “diferente da política de austeridade mas dentro do euro e da UE”.
Um acordo de regime para a Segurança Social
O líder parlamentar socialista defendeu ainda a necessidade de um acordo de regime em matéria de Segurança Social, mas “sem que esse acordo sirva de pretexto para continuar com as políticas de austeridade contra os reformados”.
O “problema de médio prazo”, defendeu Ferro Rodrigues, “resolve-se com as medidas que o anterior governo socialista tomou”, referindo-se à reforma promovida pelo antigo ministro do Trabalho, Vieira da Silva. O que é necessário, no longo prazo, é que haja “um acordo de regime, com o PS a governar e com uma estratégia que não seja de empobrecimento”. Uma estratégia, sustentou, “com aspectos novos em matéria de financiamento da Segurança Social e da corresponsabilização global por um sistema que é fundamental para o país”.