A MADEIRA TERÁ A CORAGEM PARA MUDAR
Em 2013 foi o rosto da mudança no Funchal, arredando o PSD da Câmara. Sente-se preparado para uma nova página histórica na Região em 2019?
Orgulho-me de ter liderado o projeto que materializou a vontade de mudança no Funchal em 2013 e que foi reforçada em 2017 com a conquista da maioria absoluta. Aceitei o convite que o Partido Socialista me fez para as Eleições Regionais como uma missão de cidadania e de participação cívica. Não posso passar ao lado dos apelos que recebo diariamente. Hoje como então existe uma vontade de mudança na Região, as pessoas querem que se ponha fim a um período longo de 43 anos sempre com o mesmo partido no poder.
Como está a correr a caminhada rumo a 22 de setembro?
Temos vindo a desenvolver um trabalho sério desde há ano e meio, contactando com as pessoas, envolvendo a sociedade civil, recolhendo contributos de homens e mulheres que são referências nas suas áreas de atividade, promovendo discussões abertas a todas e a todos para, em conjunto, delinearmos soluções para os problemas das pessoas. Esta é a nossa forma de fazer política: colocar as pessoas no centro das decisões.
Quais são as grandes apostas do projeto do PS para a Madeira?
A Saúde é a prioridade número um do nosso Programa de Governo. Este é um dos grandes problemas da Região, que se agravou com o atual Governo Regional. Temos de resolver o problema das listas de espera para cirurgias e consultas, garantir a construção do Novo Hospital, reforçar os Centros de Saúde, acabar com falta de médicos de família e, acima de tudo, dar confiança e condições aos excelentes profissionais de saúde que temos.
É essencial criar oportunidades para os nossos jovens. A criação de emprego e a fixação das famílias tem de ser uma prioridade. Temos a mais alta taxa de desemprego do país. Este desafio tem de ser resolvido também a partir da educação. Temos de combater a taxa de absentismo e o abandono escolar e temos de envolver os professores, que são peças essenciais para a concretização destas medidas.
Ao nível da economia, apostamos no grande potencial que a Região tem no mar. É possível criar 5 mil novos postos de trabalho associados à economia do mar, captar novos investidores e trazer tecnologia e inovação para este setor e apostar nas energias oceânicas. Ainda na economia, uma palavra para o turismo. Temos de ser mais proativos, captar mais rotas áreas, reforçar a promoção e ter mais oferta hoteleira.
Nos transportes, temos de ter uma ligação marítima todo o ano via ferry com o Continente, indo, para além de Portimão, até Lisboa. É essencial resolver o problema existente com o subsídio de mobilidade aérea e aplica-lo também ao transporte marítimo.
No campo da solidariedade e desenvolvimento social, a habitação é uma prioridade, estando inscrito nos nossos compromissos a resolução das carências habitacionais da Região até 2026, ano em que se assinalará os 50 anos da Autonomia.
Onde o PS pode fazer a diferença na Região Autónoma?
O PS é a única solução política com condições para tornar possível a alternância democrática na Região, com um projeto desenvolvimento para a próxima década, com novas ambições e políticas que se traduzem na melhoria de vida das pessoas.
Não basta dizer que é preciso fazer diferente, é preciso concretizá-lo. Quero iniciar um novo ciclo na Madeira, que reduza as desigualdades e crie oportunidades para todos, que privilegie o mérito e a competência, que atue com base na transparência e que apresente resultados. É isso que nos propomos tornar uma realidade a partir do dia 22 de setembro.
A autonomia é um dos temas centrais desta campanha. Quais as propostas que defende nesta matéria?
Eu sou um defensor da Autonomia, mas penso-a de forma diferente. O que se assiste é à sua instrumentalização como arma de arremesso contra o governo da República e contra o PS. É preciso virar a página a uma Autonomia da gritaria, das ofensas. Lisboa tem de respeitar a nossa autonomia, mas também temos de nos dar ao respeito. Uma Autonomia onde as pessoas têm a responsabilidade de se sentar à mesa para negociar, para defender a sua terra como deve ser defendida: com proatividade, com argumentos, com compromissos. Quero uma Autonomia de resultados.