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A Europa precisa de olhar para as pessoas

A Europa precisa de olhar para as pessoas

O Secretário-geral do PS encerrou as Jornadas Parlamentares com um discurso virado para a União Europeia.

António José Seguro alertou para a importância da solidariedade na União Europeia e deixou uma certeza:  “Estamos sob assistência financeira mas não perdemos a nossa voz. Nós não desistimos da Europa, mas temos a coragem de olhar para a Europa e dizer que não gostamos do que vemos.”

O líder socialista apresentou três propostas para que a Europa possa sair da crise: a mutualização da dívida, a possibilidade de o Banco Central Europeu emprestar dinheiro aos Estados e a criação de uma verdadeira união económica e monetária. “A Europa precisa de ser construída a olhar para as pessoas”, apontou.

O Secretário-geral do Partido Socialista salientou que “o Governo transformou um projeto de ajustamento num programa de empobrecimento” e contrapôs que “não tinha de ser assim”. “Por cada 4 euros que o Governo exigiu aos portugueses apenas 1 euro fez consolidação. Isto é, 3 mil milhões de euros foram destruídos. Isto é sustentável? Depois destes 32 meses de sacrifícios, há algum indicador que demonstre que há sustentabilidade consolidação das contas públicas?”, questionou. “O Governo não trata de forma digna os portugueses”, criticou António José Seguro.

O segundo e último dia das Jornadas Parlamentares do Partido Socialista contou ainda com a presença do economista Silva Lopes e da cientista Elvira Fortunato. Na primeira intervenção, Silva Lopes abordou a sustentabilidade da dívida pública e o crescimento económico. “Acho que este Governo está a fazer um esforço imposto pela Troika, mas está a usar este esforço para implementar a sua agenda ideológica”, criticou o economista, deixando um conselho sobre a estratégia económica futura: “Se tivermos mais crescimento económico, o esforço de redução do défice pesa menos”.

O painel foi encerrado por Elvira Fortunato, que alertou para a necessidade de “exportar investigação e ciência”. A cientista salientou a excelência dos investigadores portugueses, mas criticou “o pouco aproveitamento de alguma da investigação que se faz nas universidades e centros de investigação para as empresas”.