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A Europa não pode perder a oportunidade de construir um projeto ambicioso e solidário

A Europa não pode perder a oportunidade de construir um projeto ambicioso e solidário

Esta Cimeira Social, que hoje começou na cidade do Porto, representa “uma oportunidade única” que os europeus têm para “defenderem o seu modelo social”, algo que os distingue no mundo, sendo também esta uma reunião que pretende dar uma “resposta aos medos”, defendeu ontem o primeiro-ministro na abertura da conferência sobre o Pilar Europeu dos Direitos Sociais.

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Tendo a seu lado o secretário-geral da Confederação Europeia dos Sindicatos, Luca Visentini, e o comissário europeu para o Empego e Direitos Sociais, Nicolas Schmit, António Costa defendeu que o Pilar Social da União Europeia, sendo “único no mundo” e o mais avançado, tem de funcionar sempre com “base na confiança” para que os europeus, como aludiu, quando são projetadas mudanças de fundo ao nível do digital e das políticas para o combate às alterações climáticas, vejam esta alterações como a “única resposta efetiva à ansiedade que as transições impõe”.

Ainda de acordo com o primeiro-ministro, a concretização do Pilar Social “é a melhor ferramenta” para mostrar aos cidadãos que o que parece ser uma eventual ameaça é, na verdade, “uma oportunidade de criar mais e melhores empregos, ser mais competitivo e ter uma proteção social mais sustentável e eficaz”, reafirmando que a pandemia da covid-19 “colocou a sociedade e a economia europeia sob grande pressão”.

Com o passar dos meses, verifica-se que “os piores dias já terão passado”, disse ainda António Costa, assumindo que a União Europeia tem agido de forma rápida, provando ser capaz de “fornecer uma resposta forte e coordenada à emergência atual”, recordando a este propósito que os 27 “lançaram um conjunto de políticas e de ferramentas” capazes de responder de “forma eficaz à crise”, designadamente com o objetivo específico de “proteger os empregos, apoiar os trabalhadores, as famílias e as empresas”, sendo que a maior disseminação das vacinas também está a ajudar à recuperação económica e social nos 27 Estados-membros.

O caso português

Em relação à realidade portuguesa, país que preside até junho ao Conselho da União Europeia, o primeiro-ministro foi claro ao apontar que a crise provocada pela Covid-19 expôs os “custos das precárias condições de trabalho e da desigualdade de género”, que ainda se registam no país, assim como ficou claro “a necessidade de se regulamentar o mais rápido possível novas formas de trabalho”, dando neste caso os exemplos do teletrabalho e das plataformas digitais.

Por outro lado, o primeiro-ministro lembrou que ainda falta encontrar os caminhos seguros para que haja para todos o “acesso universal à saúde de qualidade, mas também à proteção dos empregos e dos desempregados”, sem esquecer o trabalho que terá ainda de ser feito para fortalecer o combate à pobreza, “sobretudo entre as crianças”, defendendo que “chegou a hora” de combinar emergência com recuperação e com a proteção de empregos, evitando as falências e “investindo mais de forma a aumentar a competitividade”.

Neste contexto, e segundo António Costa, é preciso que na União Europeia se coloque em prática a “recuperação económica e social com base nos motores das transições verde e digital”, garantindo em simultâneo que esta recuperação “seja justa e inclusiva”.

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