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A direita representou quatro anos de retrocessos sociais

A direita representou quatro anos de retrocessos sociais

Uma das grandes virtudes deste Governo, foi a capacidade que o PS demonstrou, com António Costa, em liderar um processo de junção das esquerdas, defendeu numa entrevista, ao “Diário de Notícias”, a Secretária-geral adjunta socialista, Ana Catarina Mendes.

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Lembrando que apesar de o atual Governo representar “uma experiência governativa totalmente nova em Portugal”, Ana Catarina Mendes garante que isso não significa que o PS esteja hoje mais à esquerda do que “esteve no passado”, ou que tenha perdido a sua identidade, só porque o atual Governo socialista é apoiado parlamentarmente pelos partidos à sua esquerda.

Para a dirigente socialista, o PS sempre foi um partido de “centro-esquerda” e moderado, e não é agora, como salientou, por ser Governo e contar com o apoio dos partidos à sua esquerda, que deixou de o ser, lembrando, a propósito, que os socialistas sempre foram os mais destacados protagonistas na defesa das “grandes conquistas civilizacionais” que aconteceram em Portugal a seguir ao 25 de abril de 1974, dando como exemplos a “despenalização da interrupção voluntária da gravidez, do consumo de drogas leves ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo”.

Mas outras iniciativas e reformas “têm a marca indelével” dos vários governos socialistas, disse ainda a Secretária-geral adjunta, lembrando a propósito as diversas medidas para reforçar a Segurança Social, ou iniciativas legislativas que ajudaram a aumentar os níveis de proteção social aos trabalhadores ou, ainda, as diversas melhorias do salário mínimo nacional, políticas que, segundo Ana Catarina Mendes, são agora “reforçadas e aprofundadas pelo atual Governo” do PS liderado por António Costa.

Concentrar no essencial

Para a dirigente socialista, a razão por que Portugal dispõe hoje de uma solução governativa sustentada e com resultados positivos passa, em grande medida, pelo facto de os partidos à esquerda terem conseguido colocar as suas divergências com o PS de lado, “para que nos pudéssemos concentrar no essencial”, que era, como realçou, a necessidade de “repor rendimentos, aumentar a proteção social e melhorar as condições da economia”, objetivos que foram alcançados e são hoje “bem visíveis”, havendo contudo, como reconheceu, da parte do Governo, ainda um grande trabalho pela frente.

Para a dirigente socialista é “notável” que, ao fim de apenas um ano, se tivesse alcançado, num tempo recorde, tão bons resultados, quer para a economia, quer para o dia a dia dos portugueses, sem que “nenhuma crise ou problema tivesse colocado em causa a estabilidade do Governo”, sendo que, pelo contrário, “todos os passos que têm sido dados”, sustentou, vão exatamente no “sentido da estabilidade governativa”.

Quanto à questão se nas próximas eleições legislativas deve ou não haver uma aliança pré-eleitoral entre PS, BE, PCP e Verdes, Ana Catarina Mendes é clara ao defender que o PS “deve apresentar-se sozinho”, lembrando, contudo, que “estamos ainda muito longe dessas eleições”, o mesmo se aplicando às eleições autárquicas, que apesar de estarem mais perto, estão marcadas já para 2017, também neste caso, como garantiu, “não está em cima da mesa em nenhum sítio do país” um cenário que reflita a solução governativa”.

Para a dirigente socialista o que importa realçar é a “originalidade desta solução governativa”, que permite que uma coligação de esquerda possa governar Portugal, retirando à direita o que parecia pertencer-lhe em exclusivo.

A direita significou um retrocesso

A Secretária-geral adjunta do PS não tem dúvidas de que o Governo do PSD/CDS representou um enorme “retrocesso social”, o que obrigou, como garantiu, que a prioridade do atual Governo fosse a necessidade de “repor os rendimentos das famílias e dos trabalhadores”, lembrando que outras iniciativas estão já em marcha, como a reposição dos “parâmetros da escola pública, mais médicos de família ou o desígnio de repor a Justiça para todos”.