home

PS não alinha em retratos irrealistas do Governo e exige verdade

PS não alinha em retratos irrealistas do Governo e exige verdade

No debate quinzenal de hoje, e depois de o primeiro-ministro ter estado largos minutos a descrever os alegados sucessos do Governo, António José Seguro disse a Pedro Passos Coelho que “o PS e os portugueses não o acompanham nessa visão cor-de-rosa que o senhor aqui descreveu do país. O país está pior, os portugueses estão mais pobres, os portugueses estão mais desiguais”.

Este Governo aplicou o dobro das medidas de austeridade que estavam previstas. Para o líder socialista, “tratou-se de aplicar um programa de empobrecimento, da sua opção, e não um de ajustamento”. O primeiro-ministro fez uma escolha para o futuro, que o PS rejeita, que é a de uma economia baseada em salários baixos. O PS defende, isso sim, que “é necessário apostar nas áreas que o Governo desprezou, como a Educação”. Ao contrário do que o primeiro-ministro disse no início deste debate quinzenal, no final deste programa temos um país mais pobre, desigual, e onde a geração mais qualificada teve que emigrar “por opção ideológica sua e do seu Governo”, sintetiza António José Seguro.

O líder socialista questionou ainda a não divulgação da carta com as condições a que o Governo se obriga com a troika. O que não surpreende, pois “já estamos habituados a um Governo que diz uma coisa em público e contrata outras com a troika”, um Governo que “promete uma coisa e faz outra completamente diferente, desrespeitando os portugueses”, afirmou. António José Seguro considera que “se o Governo diz que o programa termina a 17 de maio, os portugueses e o parlamento têm o direito de saber em que condições”, e por isso é essencial que se explique onde serão feitos os cortes que o Governo diz que vai fazer nas “gorduras do Estado”. O primeiro-ministro tem fugido a essa explicação porque, “infelizmente, esses cortes são no Estado Social”.

O Secretário-Geral do PS levantou hoje uma outra questão importante. Por inércia, “vamos perder 5 mil milhões de euros de fundos comunitários, porque a ministra das Finanças não desbloqueia a contrapartida nacional”. Este é um “investimento que o país não pode perder” e que seria fulcral para dinamizar a economia e criar oportunidades de trabalho em Portugal. Esta foi uma informação revelada pelo secretário de Estado do Desenvolvimento Regional num evento com empresários e gestores, e publicada no “Expresso” desta quinta feira. Os 5 mil milhões de euros do QREN 2007-2013 já deviam estar em Portugal, se o Governo tivesse cumprido com a sua parte.