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VOTOS DE BOM TRABALHO, ANTÓNIO COSTA!

VOTOS DE BOM TRABALHO, ANTÓNIO COSTA!

Acontece hoje a cerimónia que assinala a tomada de posse como Presidente do Conselho Europeu do primeiro socialista a ser escolhido para essa função. António Costa, cujos primeiros tempos à frente do Governo de Portugal envolveram uma dura batalha contra os falcões da União Europeia, que queriam impor sanções (multa e corte de fundos comunitários) por incumprimentos do período governativo de Passos Coelho no tocante ao défice e à dívida, chega a estas responsabilidades por ter mostrado aos outros líderes que assume a política como um construtor de soluções para situações impossíveis.

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O «Ação Socialista» é o jornal oficial do Partido Socialista, cuja direção responde perante a Comissão Nacional. Criado em 30 de novembro de 1978, ...

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Opinião de:

Porfírio Silva

E, na verdade, a União Europeia enfrenta hoje desafios que parecem colocar à distância do impossível qualquer saída airosa. Um nível de desigualdade social que muitos cidadãos vivem quotidianamente como um insulto à sua dignidade pessoal; décadas de proliferação das teorias do Estado mínimo, colocando em causa serviços públicos essenciais que são, para muitas pessoas, a face visível e relevante do Estado; instituições democráticas minadas pela extrema-direita, que vê o seu trabalho facilitado pelos outros fatores elencados neste parágrafo; uma globalização que, se teve efeitos positivos, também produziu massivamente novos perdedores, a favor de poderes corporativos multinacionais que minam a capacidade de implementar decisões democráticas na esfera dos Estados-nação. E, envolvendo tudo, uma União Europeia que não tem sabido ser um ator global com autonomia estratégica, acabando por cair numa incapacidade profunda para agir decisivamente na questão existencial da guerra e da paz.

Seria desajustado esperar milagres deste ou daquele Presidente do Conselho Europeu. António Costa trabalhará rodeado por uma multidão de agentes políticos onde falta a muitos a visão do mundo e o humanismo daquele que foi líder deste nosso Partido Socialista – e isso não facilitará a sua tarefa. Confiamos, mesmo assim, que a sua racionalidade política, a sua preparação e experiência, os grandes valores que sempre o orientaram na vida pública e o seu europeísmo sem dogma, deem, por sua mão, uma oportunidade à Europa de avançar um pouco mais em direção à prosperidade partilhada, esse ideal europeu que tantas vezes fica na fila de espera.

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