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Portugal, Espanha e França avançam com projeto de interligações energéticas para hidrogénio verde

Portugal, Espanha e França avançam com projeto de interligações energéticas para hidrogénio verde

O primeiro-ministro, António Costa, reuniu-se na passada sexta-feira, em Alicante, cidade do sudeste de Espanha, com o presidente do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, e com o presidente da República Francesa, Emmanuel Macron. Um encontro que serviu para se começar a ajustar os pormenores da futura interconexão energética para o hidrogénio verde entre os dois países da Península Ibérica e a cidade francesa de Marselha.

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António Costa, cimeira de Alicante

Esta reunião entre os líderes dos governos de Portugal, Espanha e França, encontro que contou com a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, representou, na opinião de António Costa, “mais um passo importante para a concretização do acordo político de 20 de outubro”, um passo que, segundo o chefe do Governo, “vem ajudar a acrescentar uma nova fonte de energia limpa produzida na Península Ibérica para o conjunto dos países europeus”.

Denominado H2Med, esta futura interconexão energética vem juntar-se às outras quatro interconexões elétricas já acordadas, duas em operação e outras duas em projeto, como lembrou António Costa, e às interconexões de gás natural já existentes entre os dois países ibéricos, representando esta nova obra um “primeiro corredor dedicado em exclusivo ao transporte de hidrogénio verde”.

De acordo com o primeiro-ministro, a decisão de se avançar com a construção deste novo corredor de distribuição de hidrogénio verde entre a Península Ibérica e a cidade francesa de Marselha, representa, desde logo, “uma mudança clara de paradigma”, invertendo o papel que Portugal e Espanha têm tido até aqui, de países importadores e reexportadores de energia para passarem a ser também “produtores e exportadores de energia para o conjunto da Europa”.

Ainda de acordo com o líder do executivo português, é agora possível perspetivar e somar a importância desta futura interconexão do hidrogénio verde, produzido a partir de energias renováveis e menos poluentes, às já existentes de gás natural entre Portugal e Espanha, sendo que a produção de hidrogénio verde encontra nestes dois países ibéricos, ainda segundo António Costa, “por razões naturais”, as melhores condições para se desenvolver a nível europeu. O que torna os preços da energia aqui produzida, como também salientou, “particularmente competitivos”, referindo que o hidrogénio verde produzido na Península Ibérica vai permitir não só “satisfazer as necessidades próprias dos dois países”, como apresentar uma clara disponibilidade para exportar para o resto da Europa.

Condições naturais, designadamente no solar, mas também em relação ao vento, que são fatores decisivos para que Portugal e Espanha apresentem hoje, a nível europeu, “os preços na produção da energia mais baixos”, o que abre todas as perspetivas, como acrescentou, para tornar “particularmente competitivo” o hidrogénio verde produzido na Península Ibérica.

Uma iniciativa que beneficiará, como também lembrou, não só as necessidades próprias dos dois países ibéricos, como irá torná-los “exportadores para o resto da Europa”, insistindo António Costa que este corredor de energia verde, projeto que os três países vão apresentar a candidatura ao financiamento europeu até 15 de dezembro, representa indiscutivelmente um “verdadeiro projeto de interesse comum para a União Europeia”.

Resposta conjunta à crise

Em Alicante, onde decorreu ainda a cimeira que reuniu os países do sul da Europa, António Costa reafirmou a necessidade de haver uma “resposta conjunta europeia à crise atual” que seja capaz de “repetir o modelo adotado na resposta encontrada para a pandemia”, nomeadamente, como salientou, em matéria “fiscal e em regras económicas”, medidas que permitam, como alertou, “concretizar os investimentos essenciais”.

De acordo com o chefe de Governo português, a Europa precisa, quanto antes, de “alterar o seu modelo de governação económica”, aprendendo, nomeadamente, com a “forma como lidámos com as duas crises anteriores”, mas também não descurando, como sustentou, os “resultados bastante desastrosos da resposta à crise financeira de 2010”, mostrando-se convicto de que o debate que decorre sobre a revisão das regras fiscais e financeiras poderá trazer “contributos muito positivos” para a resolução de futuras crises.

Quanto à questão energética, o primeiro-ministro voltou a dar destaque ao facto de a Europa ter o objetivo de “aumentar a sua autonomia estratégica”, desiderato que, como referiu, implica não só “diminuir a dependência de terceiros no seu abastecimento energético”, mas também “na produção industrial de elementos fundamentais para essa transição energética e digital”.

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