“Já na próxima semana, o Governo Regional deveria iniciar uma ronda de esclarecimento a todas as empresas dos Açores, a tentar que o máximo de empresas pudesse aceder a estes fundos para fortalecer a sua competitividade”, frisou Vasco Cordeiro, em declarações aos jornalistas, na cidade da Horta.
O líder socialista açoriano lamentou, também, que o Presidente do Governo Regional tenha demonstrado “lidar mal com o escrutínio parlamentar”, ao ter escolhido “fazer uma declaração escondida nos corredores do parlamento”, em vez de o ter feito “na sala do plenário, com os representantes do povo açoriano”.
“O Governo afunda-se cada vez mais no pântano das Agendas Mobilizadoras que ele próprio criou. Esta desautorização pública do secretário Regional das Finanças é profundamente constrangedora. Se o senhor secretário Regional saiu ferido do debate de ontem, o senhor presidente do Governo acabou de lhe dar o golpe de misericórdia, demonstrando publicamente que ele agiu mal neste processo”, realçou Vasco Cordeiro.
Para o líder parlamentar socialista, a comissão de inquérito hoje proposta por um conjunto de deputados de vários partidos “faz ainda mais sentido” porque, “ao contrário daquilo que pretende o presidente do Governo, que é centrar a responsabilidade no secretário das Finanças, as decisões políticas e estratégicas são tomadas pelo Conselho do Governo”.
“Há aqui questões para além dos princípios da transparência, da legalidade, da imparcialidade e da igualdade dos eventuais beneficiários no acesso a esses fundos. Há aqui uma nebulosa que não se percebe bem quem é que tomou as decisões”, apontou o deputado do PS.
Vasco Cordeiro voltou a insistir que o Governo Regional tem a “responsabilidade de esclarecer, de mobilizar, de dar conta às empresas dos Açores das oportunidades destes fundos”, notando que, “obviamente, a decisão de concorrer ou não é das empresas”, não podendo o Governo “privilegiar empresas em relação a outras”.
“Quem lançou um manto de suspeição sobre o processo e sobre as empresas foi o Governo Regional, pela forma desastrada como geriu esse assunto. Quando se abre um anúncio de candidatura, as empresas já devem estar esclarecidas. No meu entender, o Governo deve mobilizar as empresas, procurar pontos de união, fomentar essa união, fomentar a capacidade de elas aproveitarem estes fundos”, finalizou o líder parlamentar do PS/Açores.